Cineclube UFMG comemora dois anos de sucesso
Aniversário terá a marca dos filmes de suspense de Alfred Hitchock
Uma mostra de 22 filmes de Alfred Hitchcock, mestre do suspense, comemoração em grande estilo ou segundo aniversário do Cineclube UFMG, sediado na Escola de Belas Artes. Uma série, que também marca o centenário de nascimento do diretor, começa no próximo dia 31 de agosto e vai até 21 de outubro (leia na página a seguir). As sessões são sempre às 17h30.
Inaugurado no dia 13 de agosto de 1997, o Cineclube tem motivos de sobra para comemorar. A sala já é utilizada pelos filmes como que oferece o melhor programa de filmes clássicos e alternativos de Belo Horizonte e dificilmente é ativado no circuito comercial. "São 12 títulos diferentes por mês, que mostram filmes como Orson Welles e Charles Chaplin ou cinema de animação dos anos 80 e 90", exemplifica o professor Heitor Capuzzo, da Escola de Belas Artes e idealizador do Cineclube.
A qualidade técnica dos equipamentos de projeção e som (sistema digital) também está entre os melhores de Belo Horizonte, segundo Capuzzo. Não bastasse tudo isso, ainda há outro atrativo: como sessões são gratuitas e abertas na comunidade externa. Por esses motivos, ou Cineclube registrado, no ano passado, a melhor média de ocupação entre todas as salas de cinema da cidade - 75 pessoas por sessão. Os cerca de 250 filmes já atraíram algo em torno de seis pessoas.
Assistência cultural
De acordo com Capuzzo, o Cineclube surgiu de uma demanda na cidade por mostras e reprises de obras fundamentais na história do cinema. "A rede de salas Usina / Liberdade promove cinco, seis retrospectivas por ano, o que é muito pouco se considerar que existem mais de cinco mil títulos clássicos no mercado mundial", afirma o professor, que integra a equipe de programação de filmes.
Outro motivo que levou à criação da sala, segundo Capuzzo, foi uma necessidade de uma assistência cultural de qualidade aos estudantes da UFMG. "Por essa razão, procuramos a Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump), que desenvolva uma política de moradia e de serviços e se sensibilize também em incentivar a cultura", diz o professor.
A Fump arca com manutenção e compra de novos filmes. O acervo do Cineclube já possui cerca de mil títulos, sendo 400 em disco de vídeo digital (DVD), 300 em disco a laser e o restante em fitas VHS. "Muitos dos filmes em DVD e laser a disco no Cineclube possuem, como cópias restauradas dos clássicos de Sergei Einsenstein, pois grande parte das obras desses formatos é encontrada apenas no exterior", ressalta.
A Fump ainda mantém dois estagiários para fazer a tradução de títulos, adquiridos para o Brasil. Uma legenda é feita no laboratório Midia @ rte, que funciona anexo ao Cineclube, onde também estão disponíveis os aparelhos de DVD e disco laser.
Sessão esgotada
Algumas retrospectivas entraram para a história da sala pelo sucesso do público ou pela raridade dos filmes produzidos. "Algumas sessões da mostra de cinema de animação, realizada em janeiro e fevereiro deste ano, ficam tão cheias que muitas pessoas não são sentidas no chão", relembra Capuzzo .. A capacidade da sala é de 170 lugares.
Em outra mostra, Os Melhores Filmes Americanos Segundo ou American Film Institute , exibiu um ano passado, uma qualidade e a quantidade dos títulos também impressos. O Cineclube exibiu 40 filmes dos cem melhores eleitos por críticos da instituição.
Uma perspectiva para um futuro próximo de ampliação. Heitor Capuzzo está negociando com a Pró-Reitoria de Extensão e Cessão de uma Sala no Futuro Espaço UFMG , que ocupa a antiga sede da Escola de Música, na avenida Afonso Pena. "Ela vai beneficiar estudantes das unidades da área central e do próprio público da região, que não freqüentam o Cineclube por causa da distância", argumenta Capuzzo.
Uma tradição de três décadas
O cineclubismo na UFMG já existe há mais de três décadas. Uma das iniciativas mais importantes foi no Clube de Cinema da Vitória, idealizado pelo professor José Tavares de Barros, da Escola de Belas Artes. "Os projetores usados eram de 16 mm e os primeiros ciclos de filmes foram usados pela Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, quase todos os créditos em BH", registra Tavares.
A iniciativa, segundo ele, atraiu estudantes da Universidade e público externo, que teve o transporte disponibilizado pela Vitória para duas sessões contínuas que ocorreram nas tardes de sábado. Cerca de 300 pessoas acompanhadas como sessões por semana. Segundo Tavares de Barros, uma mostra de maior sucesso foi o neo-realismo italiano, com destaque para Ladrões de Bicicleta , de Vittorio De Sica.
O Clube de Cinema da Vitória funciona durante quase dois anos, com interrupções apenas nas férias escolares. "Havia até uma tentativa de instalação de projetores profissionais, de 35 mm, mas o orçamento do projeto não era compatível com esses equipamentos", conta Tavares. O espaço foi desativado por causa da falta de filmes de bitola 16 mm e pelo surgimento de iniciativas relacionadas em Belo Horizonte.
Filmografia do suspense
31/08 - Psicose (DVD - espanhol)
01/09 - Os pássaros (VHS - português)
02/09 - Ladrão de casaca (VHS - português)
08/09 - Festim diabólico (VHS - português)
09/09 - Disco M para mata r (VHS - português) 14/09 - Um corpo que cai (DVD - espanhol)
15/09 - O homem que sabia demais /
1.ª versão (DVD - espanhol)
16/09 - O homem que sabia demais /
2.ª versão (VHS - português)
[21/09 - Pacto Sinistro (DVD - Espanhol)
22/09 - O terceiro tiro (VHS - português)
23/09 - Os 39 degraus (DVD - espanhol)
28/09 - Janela indiscreta (VHS - português)
29/09 - A sombra de uma dúvida (VHS - português)
30/09 - A dama oculta (DVD - espanhol)
05/10 - O sabotador (VHS - português)
06/10 - Intriga internacional (VHS - português)
07/10 - Jovem e inocente (VHS - português)
13/10 - Marnie - confissões de uma ladra (VHS - português)
14/10 - Cortina rasgada (VHS - português)
19/10 - Topázio (VHS - português)
20/10 - Frenesi (VHS - português)
21/10 - Trama macabra (VHS - português)