UFMG restaura primeiro imóvel construído no campus

UFMG reforma imóvel de 1946

Construída em 1946, a mais antiga edificação do campus Pampulha acaba de ser restaurada pela UFMG para abrigar um centro de pesquisas educacionais. Localizada nas imediações da Faculdade de Educação, a construção será reaberta no próximo dia 6.

 

Denominada Casa da Fae, o imóvel, apesar de sua importância histórica, é praticamente desconhecido da comunidade acadêmica: a construção sequer possui documentos capazes de precisar o autor de seu projeto arquitetônico e seus únicos registros disponíveis são duas fotografias tiradas na época de sua construção. Alguns traços da casa, no entanto, levam a equipe do Departamento de Planejamento Físico e Obras (DPFO) a acreditar que o autor da construção seja o arquiteto Eduardo Mendes Guimarães Júnior, o mesmo que projetou o estádio Mineirão e o prédio da Reitoria. "Esta suposição baseia-se nas linhas modernistas da casa", explica o arquiteto Eduardo Fajardo Soares.

 

O imóvel ficou abandonado por cerca de dez anos, até que em agosto passado começou a sua restauração. A obra, que consumiu cerca de R$ 150 mil, financiados em sua maior parte pela Fundação Ford, abrigará as novas instalações do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais (Game), que funciona provisoriamente numa sala de aula da Faculdade. "Com uma sede mais apropriada, o Grupo poderá ampliar suas atividades", prevê a professora Aparecida Paiva, diretora da Faculdade de Educação.

 

História

 

Projetada originalmente para alojar o escritório de obras da nascente cidade universitária, a Casa da Fae também funcionou como moradia dos motoristas da Universidade e como sede do Centro de Ensino de Ciências de Minas Gerais (Cecimig).

 

"Ao longo dos anos foram feitas divisões irregulares no interior da Casa, que a transformaram num emaranhado de quartos. Durante a restauração fomos obrigados a realizar ajustes espaciais no local, mas sem perder de vista as características originais do projeto", explica Fajardo.

 

Segundo o arquiteto do DPFO, a restauração incluiu a ampliação de cerca de 20% na área total da construção, que passou a medir 264 metros quadrados. Também foram criadas cantina, secretaria e salas de reunião, computação/estudo e de convívio. "Acrescentamos cores na fachada externa, e elaboramos uma entrada mais arrojada, feita de armação metálica e de policarbonato", acrescenta Fajardo.

 

Para minimizar os gastos, vários materiais usados na obra foram reciclados ou fabricados pela própria UFMG. "Cada poste de iluminação custaria R$ 210, mas conseguimos fabricá-los por R$ 75", informa o arquiteto.

 

 

 

 

Guilherme Pimenta