Evasão na UFMG é a menor do Brasil
Índices da Universidade são melhores que os da USP e Unicamp
Estudo que avalia a utilização das estruturas das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), divulgado recentemente pelo Ministério da Educação, revelou que a UFMG é a universidade que melhor tem aproveitado sua capacidade instalada na Graduação.
O índice obtido no ano letivo de 1998 - apurado pela divisão do número de diplomados no ano pela quantidade de vagas oferecidas no vestibular - foi de cerca de 90%, enquanto a média nacional de aproveitamento ficou em torno de 55%. A UFMG superou instituições como a USP e a Unicamp, de São Paulo.
Segundo o pró-reitor de Graduação, José Nagib Cotrim Árabe, dois fatores influenciaram os resultados: a baixa evasão nos cursos e a forma como a Universidade gerencia suas vagas ociosas. Desde 1990, normas acadêmicas editadas na Graduação prevêem a exclusão dos alunos infreqüentes e com baixo rendimento. Isso significa que as vagas preenchidas inicialmente por estudantes descomprometidos com os cursos podem ser remanejadas para outros alunos, através dos processos de rematrícula, reopção, transferência ou obtenção de novo título. "São mecanismos que permitem a ocupação quase integral das vagas por alunos que irão chegar ao final dos cursos", garante Nagib.
Assistência
Dos cerca de 20 mil alunos da UFMG, 4% (em torno de 800 alunos) deixam de freqüentar a instituição todos os anos. Esse abandono, no entanto, nem sempre pode ser caracterizado como evasão, já que em muitos casos os estudantes deixam os cursos de origem para pedir reopção de curso. Além disso, segundo o estudo do perfil dos aprovados no vestibular 2000, 8% dos estudantes que ingressaram por esta modalidade já eram matriculados em outros cursos superiores - muitos deles na própria Universidade - e pretendiam fazer novo curso.
Na opinião de Nagib, outro fator que contribui para os baixos índices de evasão na Universidade é a atuação da Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump): "Nenhuma outra universidade federal dispõe de uma entidade como a Fump, cuja principal finalidade é ajudar os alunos a minimizarem suas carências socioeconômicas e culturais".
Para o pró-reitor de Graduação, a redução dos índices de evasão e, em conseqüência, o crescimento dos níveis de aproveitamento, também dependem de uma atenção especial a ser dispensada aos alunos dos ciclos básicos. Ele lembra que a maioria dos alunos que evadem nos primeiros anos de universidade tiveram baixo desempenho nos primeiros anos dos cursos. "É preciso que a metodologia de ensino seja cuidadosamente planejada, já que a entrada numa universidade pode significar um forte choque cultural para alguns jovens", orienta Nagib.