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Dissertação defendida na Ciência da Informação mapeia a produção acadêmica da UFMG sobre a temática LGBT a partir do ano 2000

O Programa de Pós-graduação em Psicologia (PPG-PSI) foi o responsável pelo maior volume de pesquisas relacionadas à temática LGBT (acrônimo para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) desenvolvidas na UFMG neste século. A constatação é do pesquisador Azilton Ferreira Viana na dissertação A produção científica acerca da temática LGBT: um estudo propedêutico nas teses e dissertações na UFMG, defendida em abril no Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI). Por meio de pesquisa bibliométrica, Azilton se propôs a mapear os programas de pós-graduação – além de suas áreas e subáreas – que mais geraram trabalhos dedicados a essa temática.

De 2000 a 2016, a Pós-graduação em Psicologia sediou a defesa de 11 dissertações e cinco teses sobre o tema. Em seguida, aparecem as pós-graduações em Letras (Pós-Lit e Poslin), com sete dissertações e duas teses, e o Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM), com três dissertações e duas teses. “Ao menos 11 programas de pós-graduação tratam dessa temática de forma contínua, desde os anos 2000”, afirma o autor do trabalho. Em sua pesquisa, orientada pela professora ­Dalgiza Andrade Oliveira, da Escola de Ciência da Informação, Azilton analisou os 76 programas de pós-graduação – distribuídos em nove áreas do conhecimento – que constavam no site da Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG) no início da investigação.

Bandeira do movimento LGBT, cujos temas despertam interesse crescente na comunidade científica da UFMG
Bandeira do movimento LGBT, cujos temas despertam interesse crescente na comunidade científica da UFMG Senior Airman Ashley Taylor/Wikimedia Commons

Azilton destaca que as pesquisas sobre a temática LGBT cresceram significativamente na UFMG nas últimas duas décadas, que correspondem ao recorte temporal de sua pesquisa. “Em relação às dissertações, houve um aumento de 146% do total produzido de 2010 a 2016 na comparação com o período de 2000 a 2009. Em relação às teses, esse aumento foi de 225%”, registra na sua dissertação o agora mestre em Ciência da Informação. Segundo o pesquisador, o destaque da pós-graduação em Psicologia pode decorrer, entre outros fatores, da criação em 2007 do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT (NUH). Interdisciplinar, o núcleo funciona na Fafich, que também sedia o programa.

Para Azilton, o aumento expressivo de dissertações e teses sobre o tema nos ­programas de pós-graduação da Universidade “pode ser explicado pela implementação de políticas públicas pelo governo federal a partir de 2003, na lógica do fortalecimento da cidadania e do respeito para com a comunidade LGBT”. Ele contabilizou 45 pesquisas – 32 dissertações e 13 teses – com conteúdo que trata desse tema. Essas pesquisas estão sediadas em cinco áreas do conhecimento: Ciências Humanas, Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas, Interdisciplinar e Linguística, Letras e Arte.

Concentração

Em sua apuração, o pesquisador também descobriu que cinco

professores da Universidade são responsáveis por 43,48% de todos os trabalhos que tratam do tema. “Juntos, outros 26 professores respondem pelos demais 56,52%, cada um com um único estudo”, informa o pesquisador.

A investigação foi motivada pelo ­interesse em descobrir se a produtividade científica no âmbito da UFMG contribui para a consolidação da temática LGBT como campo de estudo. “Mediante os dados coletados e analisados, pode-se afirmar que a produção científica da UFMG contribui para a afirmação do segmento LGBT na sociedade ao tratar dos principais temas e assuntos da área“, conclui o autor. Para chegar aos resultados apresentados na dissertação, o pesquisador realizou buscas – valendo-se de descritores e palavras-chave como “homossexual”, “lésbica”, “LGBT”, “gay”, “travesti” e “bissexual” – na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG.

Da redação