Maior, melhor e abrangente

UFMG no mundo

Índice de citações de artigos da Universidade é o dobro do mundial em pesquisas multidisciplinares e está acima da média em outras sete áreas

Outra forma de medir o impacto da produção científica é comparar o número de citações dos trabalhos de uma determinada instituição, por área, com o número de citações no mundo. A base Scopus seleciona 27 áreas – que não coincidem com as grandes áreas definidas pela Capes nem com unidades acadêmicas ou departamentos da UFMG – e mostra quais recebem número maior ou igual de citações em comparação à média de citações das demais instituições presentes na base, sendo o impacto 1 correspondente à média mundial. “De acordo com essa classificação da Scopus, a produção em revistas de Ciência da Computação pode vir da Escola de Engenharia, assim como a publicação em revistas de Medicina pode vir da Faculdade de Farmácia”, exemplifica o pró-reitor Ado Jorio.

Nesse quesito, a UFMG se destaca em pesquisas multidisciplinares, com impacto superior a 2. Também tem outras sete áreas com impacto superior a 1, nessa ordem: ciência da computação; medicina; farmácia, toxicologia e farmacologia; energia; bioquímica, genética e biologia molecular; engenharia; análise de risco. “Ou seja, os artigos que a UFMG publica nessas áreas têm impacto, medido pelo número de citações, superior à média mundial”, esclarece Ado Jorio. Com impacto 1, isto é, equivalente à média mundial, estão as áreas de ciência dos materiais, odontologia, imunologia e microbiologia. 

Ao lembrar que a Scopus é uma base de dados, o pró-reitor ressalta que nessa análise específica ficam de fora os artigos não indexados. “Trata-se, portanto, de um recorte que inclui, no ano de 2016, 63% da nossa produção científica, e que não é homogêneo, pois podemos ter áreas com 50% dos trabalhos indexados e outras com 90%”.

Sem citar nomes ou áreas, o levantamento da PRPq mostra que o artigo mais citado da UFMG tem, até o momento, mais de 2,2 mil menções, enquanto os dez primeiros nessa lista registraram, cada, mais de mil citações. Cada um dos cem mais mencionados registrou acima de 200 citações. 

Adensamento

A análise realizada pela Diretoria de Produção Científica também identificou a quantidade de artigos da UFMG em revistas com JCR superior a 10, o que corresponde a publicações em revistas de alto impacto. Os números mostram que, nos anos 2000, começa um adensamento da capacidade da Universidade em publicar nesse tipo de periódico, o que se intensificou nos últimos anos. 

“O aumento da nossa produtividade é o primeiro indutor do aumento da qualidade”, avalia Ado Jorio, lembrando que, apesar da intensa concorrência, a Universidade revela hoje grande competência para entrar nesses veículos. “Queremos que isso aumente, pois ainda é pequeno o percentual da nossa produção total que está nessas revistas”, enfatiza. 

Uma comparação com os dados das outras universidades brasileiras mostra que instituições como UFMG, USP, Unicamp, UFRJ e UFRGS apresentam números muitos similares tanto em quantidade quanto em qualidade, variando em volume, dependendo do número de professores e estudantes de cada uma delas. 

Gráfico mostra crescimento de publicações em revistas de alto parâmetro de impacto
Gráfico mostra crescimento de publicações em revistas de alto parâmetro de impacto

Mesmo o grau de internacionalização, medido pelo percentual de coautores estrangeiros nas publicações das instituições, é equivalente nas cinco universidades, variando de 30% a 40% dos seus trabalhos publicados. Entretanto, o pró-reitor adverte que algumas instituições têm apresentado um aumento do percentual de coautores estrangeiros maior do que a UFMG. “Se essa tendência permanecer por muito tempo, pode levar a um desequilíbrio na qualidade e na visibilidade da nossa produção científica, em comparação aos nossos pares”, alerta.

Em sua opinião, embora a internacionalização seja um aspecto complexo, que envolve questões que vão além da capacidade de atuação da academia e dos órgãos de fomento, “algumas ações podem ser feitas, como incentivo à realização de pós-doutoramento, apoio à participação em eventos no exterior e ao desenvolvimento de teses em cotutela”.

Produção científica da UFMG 

Trabalho elaborado pelo diretor de Produção Científica, professor Carlos Basílio Pinheiro, e equipe, formada pelos servidores técnico-administrativos em educação Bruno de Oliveira Naves Diniz, Leandro Castella César e Wildiner Bruno Pereira Gonçalves e pelos bolsistas Bruno Fernandes Magalhães de Oliveira, Ewerton Silva Santos, Gabriela Silva Caetano e Lucas Xavier de Miranda Ferreira, com colaboração de Priscila Nardy dos Santos e Vanessa Pastorini Felisberto.