Com emoção e afeto
Carmen Flores-Mendoza*
Já faz mais de um século que a psicologia científica tomou para si o desafio de esclarecer por que e como as pessoas diferem na sua capacidade de resolver problemas. Não é novidade para ninguém a observação de que há pessoas que respondem bem a instruções gerais, enquanto outras precisam de instruções detalhadas; há aquelas que absorvem informações com rapidez e outras que precisam de um tempo maior. Frente a ambiguidades, há pessoas que encontram ordem; outras se perdem.
![Helena Antunes Espaço do conhecimento UFMG](https://ufmg.br/thumbor/ZeFuJTO96p9sZ1apGgllxPSxfy8=/0x280:3535x2499/1192x744/https://ufmg.br/storage/d/0/f/5/d0f5756e3200fd175fb70cfc8775e013_15226819534311_282259409.jpg)
Helena Antunes / Espaço do Conhecimento UFMG
Preservar a saúde, planejar o futuro, identificar oportunidades e direitos, escolher o ambiente social que nos favorece são decisões que demandam aquilo que chamamos de inteligência. O processo que nos leva à tomada de decisão é dinâmico, e, muito provavelmente, as investigações em neurociência trarão, em futuro próximo, informações das rotas neuronais percorridas por esse processo.
A inteligência artificial – conhecida também como inteligência aumentada – acompanha de perto essas investigações e tem sido bem-sucedida em fazer mais rápido aquilo que é predizível. No entanto, será muito difícil encontrar algoritmos que reproduzam a capacidade de lidar com o que não é predizível, porque, nesse ponto, a inteligência se une à emoção e ao afeto. Um encontro ainda pouco conhecido por qualquer ciência comportamental.
*Professora do Departamento de Psicologia da UFMG