Aquecer o inverno

Desafios do Vale

Pesquisadores e comunidade discutem problemas urbanos do Jequitinhonha

Pesquisadores, extensionistas, agentes governamentais e representantes da população da região do Vale do Jequitinhonha estarão reunidos, nos dias 13 e 14 de junho, no Seminário Visões do Vale, para discutir os desafios da urbanização. O evento será no auditório 1 da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), campus Pampulha. 

A décima edição do Seminário marca duas décadas de atuação do Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, promotor do evento. A trajetória do programa é baseada na criação de medidas e ações conjuntas da academia e de moradores do Vale, movidas pelo compromisso com o desenvolvimento regional. Uma novidade desta edição é que o seminário conta com a parceria da Fundação João Pinheiro, que elabora um plano de desenvolvimento para o Vale. 

O professor Roberto Monte-Mór, da Face, referência em planejamento urbano e regional, vai participar de uma das mesas do evento. De acordo com ele, o processo de urbanização não se restringe ao surgimento e ao crescimento de cidades – envolve a extensão de uma malha urbano-industrial para o território em geral, levando para cidades pequenas estruturas características de grandes cidades.

O professor acredita que esse processo também transfere às pequenas cidades -culturas das metró-poles, que -muitas vezes se sobrepõem a hábitos já existentes. “Esse modelo pode destruir a base local, ocasionando  a perda de valores regionais, e ainda gerar problemas -ambientais sérios”, diz -Monte-Mór, acrescentando que, para evitar que isso aconteça, é necessário dar espaço e força à criatividade, à inovação e à organização das comunidades, que, assim, se tornam capazes de consolidar as raízes culturais locais. 

Vista de Pedra Azul, município da região
Vista de Pedra Azul, município da região Will Nascimento

A abordagem de Roberto Monte-Mór é considerada central para a organização do Seminário Visões do Vale. Região tradicionalmente rural, o Jequitinhonha é composto majoritariamente de cidades de pequeno porte, com poucos centros urbanos importantes e economia frágil. Por isso, a região é muito vulnerável a rápidas transformações e a perdas culturais. 

Assim como nas edições anteriores, -serão apresentados trabalhos e pesquisas de extensão que abordam a temática central. A programação inclui lançamento de livros. A inscrição de participantes, gratuita, deve ser feita no site do programa Polo Jequitinhonha (www.ufmg.br/polojequitinhonha), onde também está disponível a programação.

Mariana Puglielli*