Canção amiga

Parceria com confúcio

Alunos do Coltec farão uma imersão de 15 dias na China, onde estudarão mandarim e visitarão centros de referência

Comitiva composta de 13 alunos e dois professores do Colégio Técnico (Coltec) da UFMG partirá para a China, no dia 20 deste mês, mais especificamente para as cidades de Pequim e Wuhan, para uma imersão de 15 dias no país mais populoso do mundo. A viagem é fruto de parceria iniciada em 2014 entre o Instituto Confúcio da UFMG (IC) e o Colégio, que visa ao ensino do mandarim e à comunicação acadêmica e cultural entre a universidade e instituições chinesas.

Coordenada pela professora Fernanda Peçanha e pelos professores Francis Paiva, Eliezer Raimundo e Rosilene Siray Bicalho, essa parceria consistiu em ofertar gratuitamente o curso de mandariam e cultura chinesa para estudantes do Colégio Técnico. As disciplinas de língua espanhola e língua inglesa constituem a grade curricular da unidade, e a proposta de oferta do mandarim, em horário extraclasse, agrega ao aprendizado de línguas estrangeiras da instituição. Neste ano, a equipe do IC disponibilizou três professoras e uma coordenadora chinesa para acompanhar os alunos durante as aulas.

Os coordenadores observaram que, desde o primeiro ano, os estudantes demonstraram grande interesse pelo mandarim. A curiosidade pela cultura chinesa parece ter sido um dos fatores decisivos para a grande aceitação da disciplina, que hoje conta com mais de 20 alunos regulares. Outro ponto de destaque é o enfoque na cultura local, que divide o tempo com as aulas de gramática e promoveu, por exemplo, o recebimento de uma mesa de pingue-pongue e uma oficina de caligrafia chinesa. Essa abordagem tornou as aulas mais dinâmicas, com quatro horas de duração. As aulas são realizadas nas tardes de sexta-feira – o horário que os alunos tinham vago.

Em maio deste ano, o diretor do IC convidou estudantes e os professores coordenadores para preencher vagas para o programa Summer School 2017 – o nome é uma referência ao verão no Hemisfério Norte, que vai de 21 de junho a 23 de setembro. Na China, os alunos farão um curso de mandarim na sede do Instituto Confúcio, em Wuhan, o Vale do Silício chinês. 

Das 16 vagas reservadas ao Coltec, 15 estão sendo preenchidas por 13 estudantes de cursos como Eletrônica e Química e duas pelos professores Francis Paiva e Rosilene Bicalho. O Instituto assumiu os custos de hospedagem e alimentação, além de 50% do valor das passagens.

Eliezer Raimundo e os estudantes que vão para a China em intercâmbio
Eliezer Raimundo e os estudantes que vão para a China em intercâmbio Arquivo Coltec


Visitas técnicas

Simultaneamente ao curso do idioma, os alunos também farão uma série de visitas técnicas a lugares de referência no polo tecnológico chinês. Entre eles, a Usina de Três Gargantas, maior hidrelétrica do mundo em energia gerada; o Museu Hubei, dono de um dos  mais conhecidos acervos de relíquias culturais e históricas da China, e a Huazhong University of Science and Technology. 

Em Pequim, os alunos terão a oportunidade de comunicar-se em mandarim, no contato com famílias locais, seus hábitos e cultura. Conhecerão também o sistema educacional chinês e realizarão um exame sobre o idioma. Por fim, visitarão, em províncias próximas, importantes monumentos da história do país como a Muralha da China e a Cidade Proibida, um dos marcos arquitetônicos da civilização chinesa.

Para a coordenadora Fernanda Peçanha, a internacionalização é um potente e diferenciado instrumento de aprendizagem. “A experiência na coordenação dos programas mencionados tem mostrado que, na educação básica, os desdobramentos da internacionalização do conhecimento são definidores para as futuras tomadas de decisões pessoais e profissionais na vida dos estudantes envolvidos, além de um aporte relevante no aprendizado linguístico-cultural, que é tema da minha pesquisa de doutoramento”, comenta. 

Fernanda Camilo, 17, aluna do 3º ano do curso de automação industrial, nunca saiu do Brasil, e ainda está se acostumando com a ideia de que acordará na China daqui a alguns dias: “Estou muito animada por ser um país de costumes completamente diferentes. As aulas no curso de mandarim foram muito proveitosas, porém, são relativamente poucas para se aprender integralmente o idioma”. 

Internacionalização

Nos últimos anos, o Colégio Técnico tem desenvolvido várias iniciativas de intercâmbio na educação básica, firmando-se no cenário nacional como referência de internacionalização do ensino médio técnico. Entre as rotas que já foram trilhadas, estão Alemanha, Argentina e Suécia. 

Em 2010, os alunos do colégio realizaram uma imersão no país germânico. De 2012 a 2015, pelo convênio, ainda vigente, de cooperação internacional com a Escuela Superior de Comercio Manuel Belgrano (ESCMB), da Universidade Nacional de Córdoba, recebeu 32 estudantes argentinos e quatro professoras da ESCMB e enviou a Córdoba 29 estudantes e dois professoras. Nos anos de 2014 e 2015, a parceria com a sueca Bäckängsgymnasiet enviou 20 estudantes brasileiros a Borås e trouxe estudantes suecos. 

Ferdinando Marcos