Direto no alvo

Aprendendo a expor

Mostra Deriva reunirá, a partir do dia 30, obras de estudantes da EBA

Será aberta, nesta sexta-feira, dia 30, às 19h30, a edição de 2017 da exposição Deriva, que reúne semestralmente a produção dos alunos do curso de Artes Visuais da Escola de Belas Artes (EBA). Organizada coletivamente pelos artistas participantes, a exposição será montada no Centro de Referência da Juventude de Belo Horizonte (CRJ-BH), que fica na Rua Guaicurus, 112, Centro. O espaço pode ser visitado de segunda a sábado: às segundas, das 18h às 22h; de terça a sexta, das 9h às 22h; aos sábados, das 9h às 18h. A entrada é franca.

“Estudantes têm poucas oportunidades de compartilhar as suas criações artísticas. Deriva surgiu para preencher essa lacuna. Historicamente, a mostra tem sido o lugar em que novos artistas expõem pela primeira vez”, destaca o professor Marcos Hill, curador da exposição. “O mais interessante é que eles também participam de todo o processo de concepção e de produção da mostra. Isso resulta em uma experiência completa, única na formação desses artistas”, afirma.

Histórico

Marcos Hill montou a exposição Deriva pela primeira vez em 2010, reunindo a produção dos alunos que cursavam a disciplina Artes Visuais no Brasil, que ele ministrava na Escola de Belas Artes. Atualmente, a mostra abriga a produção de alunos de várias disciplinas da EBA, incluindo cursos como Design de Moda, e até o de Turismo, sediado no Instituto de Geociências (IGC).

Buddha, de Cleison Darley (técnica mista sobre madeira)
Buddha, de Cleison Darley (técnica mista sobre madeira) Cleison Darley

“Com essa ampliação, conseguimos montar uma mostra ainda mais rica, com mais obras e artistas”, afirma o curador. A exposição deste ano – a décima – reúne fotografias, desenhos, pinturas, esculturas e instalações de mais de 50 jovens artistas.

É a primeira vez que a mostra Deriva é montada no Centro de Referência da Juventude. “Trata-se de uma parceria que estamos celebrando com muita alegria e que queremos que perdure: o centro é um espaço democrático e privilegiado de acolhimento dos jovens, de suas ideias e de suas necessidades de expressão artística e cultural”, afirma o curador.

Pintura vinílica de Pâmela Negromonte
Pintura vinílica de Pâmela Negromonte Fotos: divulgação

O professor alerta, entretanto, para a necessidade de se manter esse equipamento público funcionando no atual modelo. “É que esse espaço, tal como funciona atualmente, está sob ameaça. A sociedade precisa se mobilizar para que o caráter democrático e horizontal do centro, que propicia o amplo acesso dos jovens, seja mantido”, defende Marcos Hill. “A presença da UFMG no local é um importante sinal de resistência”, afirma. 

Keila Lin se valeu de bordado e das tintas acrílica e nanquim para compor sua obra
Keila Lin se valeu de bordado e das tintas acrílica e nanquim para compor sua obra Fotos: Divulgação

Professores e alunos farão uma performance na abertura do evento. Paralelamente à exposição, os artistas participantes estão organizando um calendário de atividades para o mês de julho, período de duração da mostra, com o intuito de proporcionar trocas reflexivas entre artistas e visitantes, por meio da diversidade de propostas e obras.