Boletim

Nº 1927 - Ano 41 - 01.02.2016

Pó restaurador

Conhecimento em rede

Espaços museológicos reúnem acervos da UFMG, dão suporte à pesquisa e oferecem atrações gratuitas ao público

Um amplo diagnóstico da Rede de Museus e Espaços de Ciência e Cultura (RMECC) será apresentado neste ano por equipe do projeto de extensão Avaliação museológica das coleções e museus da UFMG. O trabalho, iniciado em agosto do ano passado, já está na fase de análise de dados.

"Nossa intenção é levantar elementos consistentes para delinear diretrizes para uma política universitária na área museológica. Como o volume de informações é abrangente, a ideia é dar continuidade à produção de conhecimento com base nesses dados", explica a professora Letícia Julião, coordenadora do projeto e do curso de Museologia da UFMG.

Com agenda dinâmica de atividades, a Rede de Museus oferece atrações gratuitas aos visitantes. Ela é constituída por 19 unidades que atendem por ano cerca de 200 mil pessoas, entre alunos, docentes, pesquisadores e público em geral. "Uma das condições para que os espaços possam trabalhar na estrutura de rede é que se organizem para atender ao público amplo por meio de atividades como exposições (de curta, média e longa duração), oficinas para estudantes e professores da educação básica e participação em ações conjuntas (semanas do Conhecimento, da Ciência e Tecnologia e dos Museus, Primavera e Noturno dos Museus), entre outras atividades", enumera a professora Rita de Cássia Marques, coordenadora da Rede.

Espaço Interativo Ciências da Vida, no Museu de História Natural
Espaço Interativo Ciências da Vida, no Museu de História Natural Foca Lisboa / UFMG

No campus Pampulha e fora dele, os espaços da Rede cobrem diversas áreas. Na de saúde, os centros de memória das faculdades de Farmácia, Medicina e Odontologia e das escolas de Enfermagem, Veterinária e de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional preservam e expõem acervo diversificado, com documentos relativos à história das respectivas formações, e mantêm viva a memória institucional das unidades acadêmicas. O Centro de Memória da Medicina, por exemplo, possui biblioteca com mais de 1.200 títulos disponíveis ao público.
Anexo ao Instituto de Ciências Biológicas, no campus Pampulha, o Museu de Ciências Morfológicas é o ambiente de temática biológica mais visitado da Rede. Ele desenvolve projetos sociais e de divulgação científica com foco na educação informal. Com acervo de peças de tamanho ampliado, reúne informações sobre os diversos sistemas do organismo humano, esclarecendo tanto sobre seu funcionamento quanto sobre as técnicas de preservação do material. Além disso, possibilita a inclusão de pessoas com deficiência visual em exposições específicas.

A Escola de Arquitetura mantém réplicas de estatuários da Antiguidade Clássica e do Barroco Mineiro – incluindo peças de Aleijadinho – não apenas na sala onde funciona o Museu da Escola de Arquitetura, mas também integradas ao ambiente e à decoração da Unidade.

Visitas

"Por guardar acervos universitários, cabe a todas as unidades facilitar o acesso das pessoas. Alguns têm programa de visitação regular e outros agendam visitas", diz a professora Rita Marques. O Centro de Pesquisa, Memória e Documentação da Faculdade de Educação é um exemplo. Apesar de focado na área da pesquisa, pois reúne acervo documental relacionado à produção acadêmico-científica, o espaço também realiza exposições temáticas.
O Museu de História Natural e Jardim Botânico, na região Leste de Belo Horizonte, abriga os centros de referência em Cartografia Histórica e em Patrimônio Geológico e o Espaço Interativo Ciências da Vida, que mantém sete salas representativas da célula e dos sistemas fisiológicos e biofísicos do homem.

Localizado no circuito cultural da Praça da Liberdade, o Espaço do Conhecimento UFMG atrai o público com oferta de oficinas, jogos, observação astronômica, planetário e fachada digital, transformada em uma grande tela para projeções.

O Centro Cultural UFMG, situado nas imediações da Praça da Estação, oferece programação gratuita com produções nas áreas de cinema, música, dança, artes cênicas, plásticas e visuais. O Museu Casa Padre Toledo, em Tiradentes, expõe móveis e objetos restaurados em uma casa setecentista que pertenceu ao inconfidente Padre Carlos Correia de Toledo e Melo.

Mais informações sobre os espaços museológicos da UFMG estão disponíveis no site.

Zirlene Lemos e Gabriela Carraro*