Acadêmicos na Política

Editorial

Uma mudança de rota marca a décima nona edição da Revista DIVERSA. Se, nos dezoito números anteriores, buscou abordar um mesmo tema sob diferentes ângulos (inovação, saúde, meio ambiente e redes sociais, entre tantos), a publicação, dessa vez, procura explorar vários temas em suas reportagens e artigos.

 Mas o objetivo permanece o mesmo, como resumiu a apresentação de sua edição inaugural, em 2002: “Não se trata de uma publicação científica, mas de algo diverso que, abordando a produção de conhecimento, o ensino e a extensão realizados pela Universidade, seja capaz de traduzir as diferentes faces da Instituição. Mostrar a variedade e a diversidade da vida universitária nas distintas dimensões do compromisso de uma instituição pública é, assim, o nosso principal objetivo”.

 Essa característica aparece, por exemplo, na reportagem Universo paralelo, um conjunto de perfis de cinco professores da UFMG que se dividem entre a pesquisa e a música, entre a bancada e os acordes, numa feliz combinação de rigor científico com criatividade.

Esta edição também traça um panorama dos avanços em uma das áreas de vanguarda da ciência – as pesquisas com células-tronco presentes na medula óssea e os benefícios que delas podem advir sob a forma de tratamentos mais eficazes para doenças sanguíneas (A cura está no sangue) – e reflete sobre um assunto que começa a despertar polêmica no meio científico: o dopping genético (O atleta transgênico), que intriga atletas, fisiologistas, juristas, filósofos e todos os que admiram o esporte e o enxergam como uma metáfora da vida.

Na matéria Intérprete de imagens, DIVERSA aborda o ofício exercido silenciosamente por um grupo de profissionais extremamente qualificados – os microscopistas –, responsáveis pela geração de imagens de altíssima precisão.

A tensão entre academia e poder e uma abordagem sobre os jogos digitais também são focalizadas nesta edição, enriquecida, ainda, por dois artigos de opinião: o primeiro, fruto de reflexão coletiva de alunos do curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas (Fiei), trata da estreita relação entre a aldeia e a escola, e o outro, assinado pela pesquisadora Maya Mitre, discute ciência e militância, um desses temas que nunca deixaram de figurar na agenda de debates da universidade. 

Mais uma vez, DIVERSA contou com a valiosa contribuição artística de alunos da Escola de Belas-Artes. São eles os autores de boa parte das ilustrações deste número, com a orientação da professora Conceição Bicalho, parceira de longa data da publicação.

Como se vê, variedade temática é o que não falta nesta edição. E ela começa já nas páginas seguintes com a entrevista do economista José Eli da Veiga, que discorre sobre a sustentabilidade, termo que ganhou tanta relevância que, para ele, já se constitui no quarto valor da humanidade, equiparando-se à tríade de princípios da bandeira francesa: liberdade-equidade-solidariedade. 

Boa leitura.

UFMG