Espetáculo montado por alunos celebra 20 anos da graduação em teatro da UFMG

Um grupo de 14 alunos do 4º período do curso de teatro da Escola de Belas Artes da UFMG é responsável pela criação do espetáculo De onde nascem as margens?, resultante do trabalho realizado em disciplina obrigatória que reuniu estudantes do bacharelado e da licenciatura. O grupo, que estreou o espetáculo em mostra pública no auditório da escola, no final do primeiro semestre, já se apresentou também no Auditório da Reitoria e se prepara para nova encenação, na sexta-feira, 27 de setembro, às 18h, no Centro Cultural UFMG, como parte da programação do Baixo Centro [En]Cena. 

Com base no estímulo a processos de criação coletiva e colaborativa desde a concepção e sob coordenação acadêmica da professora Bya Braga, o projeto teve como desafio temático a educação, com inspiração inicial no ensaio Educação pela noite, do sociólogo e crítico literário carioca Antonio Candido. Todo o processo foi marcado por discussão crítica sobre o tema na atual conjuntura brasileira.

Para Bya Braga, que assina a direção cênica do espetáculo, o teatro como conhecimento tem função mediadora peculiar para tratar de assuntos complexos e o tema da educação suscitou a reflexão dos estudantes sobre sua própria formação dentro do curso, que completa 20 anos em 2019. 

Também foi possível, segundo Bya Braga, explorar diversos temas que atravessam o ensino em todas as suas instâncias, como a violência, o autoritarismo, a precarização da profissão de professor, as questões identitárias do estudante e seus impactos no ambiente educacional. “O resultado é uma composição cênica cômica, absurda e dramática”, diz a professora e diretora. 

Processo crítico e bem-humorado

Personagens e textos dramatúrgicos foram inspirados em estudos diversos sobre educação, como o texto teatral A lira dos 20 anos, de Paulo César Coutinho. Máscaras da Commedia dell’Arte inspiraram composições de cenas e figuras relacionadas à opressão e pesquisas de vídeos da encenação da peça A classe morta, do polonês Tadeusz Kantor, influenciaram composições gestuais e plásticas na montagem da peça. 

Depoimentos de pessoas que habitam o universo da educação foram reunidos na etapa de pesquisa e coleta de material, o que propiciou o contato dos alunos com exposições sobre questões como as pedagogias da autonomia, a aprendizagem como emancipação, o projeto de lei sobre doutrinação e escola. “Isso gerou um processo criativo intenso, crítico e bem-humorado, capaz de expressar a singularidade dos alunos participantes”, comenta Bya Braga. 

As atividades da disciplina Prática de Criação Cênica permearam todas as etapas, da composição de personagens, por meio de improvisações performativas, à atuação e montagem de cenas, passando pela criação do figurino, adereços e cenografia, com a orientação de docentes e técnicos do Departamento de Artes Cênicas da Escola de Belas Artes.

Ações 

A nova apresentação do espetáculo integra a programação do Circuito Cultural UFMG, promovido pela Diretoria de Ação Cultural da Universidade. Para o dia 25 de setembro, também está programado o espetáculo Amazônia, do Grupo Sarandeiros, concebido em homenagem aos povos que habitam a região. A sessão será às 12h30, na Praça de Serviços do campus Pampulha, pelo Projeto Quarta Doze e Trinta. 

No dia 26 de setembro, às 17h30, também na Praça de Serviços, a Orquestra de Guitarras da Escola de Música da UFMG fará concerto que integra a agenda do Projeto Ao Cair da Tarde. Já no dia 28, às 17h, o Espaço do Conhecimento UFMG abrigará, no Projeto Multiverso, espetáculo infantil com o Grupo Bambulha, liderado pela professora Angelita Broock, da Escola de Música.

(Com informações de Renata Valentim para o Boletim UFMG 2.073)

Vinicius da Silva Luiz

Fonte

Assessoria de Imprensa da UFMG

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