Leonardo Chalub, servidor da UFMG, vence Prêmio Jabuti com livro sobre Zumbi dos Palmares

Técnico ganhou na categoria ‘Juvenil’; três professores da Universidade foram finalistas em outras categorias

O publicitário Leonardo Chalub, servidor da UFMG que atua como técnico de audiovisual da Escola de Engenharia, venceu a 62ª edição do Prêmio Jabuti com o livro Palmares de Zumbi, na categoria Juvenil. Carlos Honorato, Júlio Emílio Braz e Sandra Medrano foram os jurados da categoria. O resultado foi anunciado no dia 26 de novembro.

Lançado no ano passado pela Editora Nemo, do Grupo Autêntica, o livro reconta a história do quilombo dos Palmares e do herói Zumbi em ritmo cinematográfico, com linguagem clara e envolvente. Ao mesmo tempo, Chalub trata da realidade dos mocambos do quilombo sem maniqueísmos, não se furtando a abordar as contradições e complexidades típicas de toda iniciativa humana de ordenamento social.

"Foi um livro muito discutido dentro da editora. É um livro com uma temática super-relevante, mas naturalmente difícil de abordar. A minha felicidade foi poder falar sobre as coisas que eu sei, que vivo, vivenciei, que é a realidade da capoeira", disse. No livro, ilustrado por xilogravuras de Luis Matuto, Chalub reconta a história de Zumbi orbitando um eixo de seu particular interesse, a capoeira, expressão cultural que pratica desde a infância e que lhe serviu de inspiração. “Comecei a escrever o livro em 2016, quando, além de jogar capoeira, participava de eventos e tinha contato com mestres famosos”, ele diz.

Com a visibilidade proporcionada pelo Jabuti, Leonardo espera que o universo da capoeira, retratado no livro, repercuta pelo país. “A capoeira é um tema pouco discutido no Brasil. Adoramos ver a capoeira na praça, adoramos falar que a capoeira foi inventada no Brasil, mas pouco sabemos de fato sobre ela. Então fico feliz com o prêmio por isso também”, afirma.

A capoeira é um eixo condutor da trama que percorre todo o livro, às vezes apenas para servir a narração, às vezes para transmitir ensinamentos forjados nesse universo cultural — como quando Zumbi, depois de derrotar vários lutadores, ouve de um mestre: “A maior lição da capoeira é a de que todo mundo um dia cai. Não adianta usar uma corda de mestre se você tem medo de cair, porque quem é mestre de verdade sabe que a capoeira foi feita para nos ensinar a levantar.”

Antes de se tornar servidor da UFMG, em 2016, Leonardo Chalub já havia trabalhado no Centro de Comunicação (Cedecom). Ele é publicitário formado pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). “A UFMG é a minha casa", diz.

No ano passado, ocasião de lançamento de seu livro, ele concedeu entrevista ao programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa:

UFMG entre os finalistas e semifinalistas

Organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Jabuti é o mais prestigioso prêmio literário do país. Reúne 20 categorias, entre as quais as de melhores livros de contos, crônicas, poesias, romance literário, romance de entretenimento e biografia.

Antes da escolha dos vencedores, são escolhidos os semifinalistas e depois os finalistas de cada categoria. Entre os semifinalistas, além do livro de Chalub, foram selecionados, de autores da comunidade da UFMG, os livros Ao Kurnugu, terra sem retorno: descida de Ishtar ao mundo dos mortos, do professor Jacyntho Lins Brandão (categoria Tradução), O pêndulo da democracia, do professor Leonardo Avritzer, e Dicionário da República, da professora Heloísa Starling e da historiadora Lilia Schwarcz, da USP (ambos na categoria “Ciências Humanas”).

Para a fase seguinte, em que os dez selecionados de cada categoria são reduzidos a cinco, passaram as obras de Heloisa Starling e de Leonardo Chalub. A lista com todos os vencedores está disponível na página do prêmio. A cerimônia de premiação, transmitida pelo YouTube, continua disponível.

Assessoria de Imprensa UFMG

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Assessoria de Imprensa UFMG