Inspirada em análise sensível da obra A poética do espaço, de Gaston Bachelard, Bárbara Rigamonte concebeu a exposição Um vazio no meu quarto, uma série de nove telas em tinta acrílica que destacam emoções mesmo na ausência da figura humana. A  mostra, que integrou a programação do 18º Festival de Verão UFMG, permanece aberta ao público até 21 de abril de 2024, no Centro Cultural UFMG 

As obras de Bárbara estão relacionadas a seu quarto, local que ela declara ser seu ambiente íntimo e que lhe propicia expressar lembranças e emoções. Segundo a artista, a mostra tem o propósito de transpor sentimentos sem a necessidade de retratar expressões faciais, instigando o público a "despertar do caos" de seu cotidiano. 

Por meio das cores e da disposição dos objetos, a artista lança mão de técnicas de luz e sombra para sugerir a sensação de estar só. A ausência da figura humana é uma marca da série, ainda que esteja subentendida a presença de pessoas nas cenas pintadas.

Bárbara Rigamont diz que expressar suas emoções de forma singular proporciona a ela fortalecimento interpessoal. “A pintura é onde me encontro comigo mesma, é a ação que me remete a um lugar imperturbável”, explica a pintora belo-horizontina. Ela considera que a arte é um meio de ação social – e não somente uma atividade terapêutica – que delineia sua vida e sua profissão.