Extensão

24ª UFMG Jovem celebra a 'ocupação' da Universidade pela comunidade escolar

Estudantes e professores apresentam, até esta sexta, mais de 80 trabalhos no campus Pampulha

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Festa da divulgação científica: participantes celebram retorno 100% presencial da UFMG JovemFoto: Eduardo Maia | Proex UFMG

A canção O trono do estudar, escrita por Dani Black, é uma homenagem a estudantes que ocuparam, em 2015, escolas de São Paulo para protestar contra um plano de reorganização do governo estadual que previa o fechamento dessas instituições, mas acabou frustrado em razão dessa mobilização.

A letra, que se tornou um manifesto em defesa educação pública no país, foi lembrada e ressignificada na abertura da 24ª UFMG Jovem, realizada nesta quinta-feira, dia 14. “Ninguém tira o trono do estudar. Ninguém é dono do que a vida dá. E nem me colocando numa jaula porque sala de aula essa jaula vai virar”, diz um dos versos da canção, declamado pela pró-reitora de Assuntos Estudantis, Licínia Corrêa.

Com o auditório nobre do CAD1, no campus Pampulha, praticamente lotado, a atividade inaugural recebeu estudantes, professores e professoras de escolas públicas e privadas de municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e de Minas Gerais, como São João del-Rei, Caputira, São José da Varginha e Guiricema. O tema deste ano é Ciência, cultura e diversidade dos povos: saberes em prol da vida.

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Alessandro Moreira: formação de futuros cientistasFoto: Eduardo Maia | Proex UFMG

Evento consolidado
Ao abrir os trabalhos, o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira festejou a presença das escolas nos ambientes físicos da Universidade. “É uma alegria imensa. Vocês estão ocupando um espaço que é de vocês; e só uma questão de tempo para vocês retornarem à UFMG", disse ele. 

Moreira acrescentou que a UFMG Jovem tem uma grande importância para ciência e formação de futuros cientistas. “A UFMG Jovem é um evento consolidado, que lhes ensina como fazer ciência e como ela é fundamental em nossas vidas. Se estamos aqui hoje, devemos isso à ciência”.

A pró-reitora de Extensão da UFMG, Claudia Mayorga, ressaltou que “o momento é oportuno para celebrar a vida; o evento é, também, a verdadeira festa do conhecimento, que planta sementinhas que vão florir ao longo do tempo”.

Corrente do bem
A abertura também contou com a participação da secretária de Educação de Belo Horizonte, Roberta Rodrigues, e da coordenadora das Ações de Aprendizagem (Ensino Médio) da Secretaria de Educação de Minas Gerais, Vanessa Nicoletti. “Os professores têm um papel fundamental. Eles estão na ponta da educação e formam uma corrente do bem para vocês, alunos, estarem aqui hoje”, disse a secretária Roberta Rodrigues.

Emocionada, a coordenadora da 24ª edição e professora do Centro Pedagógico (CP/UFMG), Ana Cristina Vaz, relembrou o tema da edição e o contexto de retorno da programação ao formato integralmente presencial, depois de três anos (devido à pandemia de covid-19). “O tema é fantástico para essa volta ao presencial. É muito bom ver a universidade ocupada novamente pelas escolas para celebrar a ciência, a cultura, a diversidade e a vida”, declarou Ana Cristina.

Participaram ainda da abertura a diretora de Divulgação Científica, Débora Reis, a pró-reitora adjunta de Pesquisa, Jacqueline Takahashi, e o coordenador da 11ª Feira Brasileira de Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas (Febrat), Santer Alvares de Matos.

Manejo de insetos
Estudantes apresentam seus trabalhos até sexta (15) na feira da educação básica, que é aberta à visitação do público. A atividade expõe 81 trabalhos da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, incluídas as modalidades da educação profissional e de jovens e adultos.

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Maria Luíza (à direita) e as colegas Maria Eduarda Malta e Milene Flora (centro) representam a Escola Municipal José Miranda Sobrinho, de BetimFoto: Eduardo Maia | Proex UFMG

Um dos estandes instalados no saguão do CAD1, no campus Pampulha, é o da estudante Maria Luíza Teixeira, de 14 anos, matriculada no 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal José Miranda Sobrinho, em Betim. Juntamente com as colegas Maria Eduarda Malta e Milene Flora, ela apresenta o projeto Inseticida natural MMF: manejo de insetos daninhos nas áreas verdes da escola sobre inseticida natural.

Ela contou que o projeto já foi premiado na Feira de Ciência da sua escola. “Estou muito feliz de estar aqui agora. Além da oportunidade de apresentar minha experiência, a feira permite conhecer outros trabalhos e trocas de conhecimento”, frisou Maria Luíza.

O professor de Maria Luíza e de suas colegas é Marcos de Melo, premiado no ano passado como Destaque Ensino Fundamental. Ele fez questão de trazer novamene seus alunos à feira da UFMG. “É muito importante a Universidade se abrir para receber a educação básica. Os alunos se apropriam de espaços de produção de educação de qualidade, se sentem estimulados a participar de mais feiras e eventos de divulgação científica e se desenvolvem em diversos aspectos. Isso representa um impacto muito grande na vida deles”, destacou.

A 24ª edição da UFMG Jovem é apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Eduardo Maia | Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão