Coberturas especiais

AI-5 censurou cerca de 140 livros no Brasil

Há exatos 50 anos, em 13 de dezembro de 1968, AI-5 dava abertura para a censura de qualquer obra literária

Alguns dos livros censurados pela ditadura militar brasileira
Alguns dos livros censurados pela ditadura militar brasileira Crédito: USP


Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca; O Casamento, de Nelson Rodrigues, e até Lolita, de Vladimir Nabokov. Por um período da história, esses livros não seriam encontrados nas prateleiras de qualquer biblioteca. Durante a Ditadura Militar, todas essas publicações foram censuradas e proibidas de circular no Brasil.

Há exatos 50 anos, em 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional Número Cinco (AI-5) dava abertura para a censura de qualquer obra literária, de ficção ou não-ficção. Além disso, alguns títulos que já haviam sido publicados tiveram a sua circulação proibida em todo o país.

Ao longo do governo militar, cerca de 140 livros tiveram sua publicação vetada, e era comum que a posse de certas obras literárias fosse considerada um agravante, ou até mesmo uma “prova do crime” em julgamentos.

O jornalista Emanuel Andrade, professor da Universidade do Estado da Bahia, falou sobre a repercussão do AI-5 sobre a literatura no Brasil, em entrevista ao programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa, nesta quinta-feira, 13.

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O professor Emanuel Andrade faz parte do projeto Censura a Livros da Ditadura, do grupo de pesquisa Livros e Outras Mídias, vinculado à Escola de Artes, Ciências e Humanidades, da USP.

Programação especial

Ao longo da programação desta quinta-feira, em programação especial da UFMG Educativa, serão analisados os Impactos do AI-5 em diversas áreas. Pesquisadores da UFMG, USP e PUC Minas vão abordar relação com universidades, movimento estudantil e cultura.

Produção de João Rezende e Gabriela Sorice, sob orientação de Hugo Rafael e Luíza Glória