Anvisa autoriza farmácias a realizarem testes rápidos da Covid-19
Em entrevista à UFMG Educativa, professora da Faculdade de Farmácia comentou decisão e falou sobre a eficácia desse tipo de exame
Mais de 80 mil farmácias públicas e privadas de todo o Brasil estão autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a aplicar testes rápidos para o diagnóstico da Covid-19. A medida tem caráter temporário e excepcional.
Em nota informativa publicada no dia 28 de abril, a Anvisa afirmou que oferecer o serviço nas farmácias vai permitir ampliar o alcance das políticas de prevenção e do acesso aos testes, reduzir custos e evitar aglomerações. Dessa forma, segunda a agência, a medida pode evitar que pacientes se exponham ao vírus ou sobrecarreguem os hospitais e outros estabelecimentos de saúde.
No entanto, há uma série de questionamentos de especialistas e profissionais da saúde, como a eficácia dos testes rápidos, a garantia das condições de segurança do paciente e do profissional que vai aplicar o teste e o comportamento das pessoas submetidas ao teste diante de um resultado que não é conclusivo.
Na avaliação da professora Ana Paula Fernandes, da Faculdade de Farmácia da UFMG, que também é coordenadora da área de Diagnóstico da Rede Vírus, iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em resposta à pandemia, a medida da Anvisa é positiva.
“É um instrumento a mais, tanto para o diagnóstico e a epidemiologia quanto para a tranquilidade que isso pode oferecer à população no diagnóstico”, afirmou, em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta quinta-feira, 7.
No entanto, segundo a especialista, esse tipo de teste não deve ser considerado a única alternativa para acompanhamento individual das pessoas em termos epidemiológicos.
“Os testes em farmácias, neste contexto de pandemia, não serão uma ferramenta epidemiológica efetiva para ampliar as testagens no nível que o Brasil precisaria no momento”, avaliou.