Restaurado, cravo Martin Sassmann será reinaugurado em recital na Escola de Música
Reestreia do instrumento nesta segunda-feira, dia 2, será marcada por concerto do cravista Edmundo Hora, que executará obras de Bach
Depois de quase quatro anos de inatividade, o cravo Martin Sassmann, instrumento histórico da Escola de Música da UFMG, será reinaugurado no auditório Fernando Mello Vianna, nesta segunda, 2 de dezembro, a partir das 17h30. No evento, será apresentado o resultado do processo de restauração feito pelo luthier e cravista francês Corentin Charlot. O trabalho resulta de esforço coletivo e representa importante contribuição para a preservação do patrimônio musical.
A apresentação abrigará um recital de cravo, executado pelo cravista Edmundo Hora, com repertório dedicado às obras de Johann Sebastian Bach (1685-1750) – uma delas é Fantasia cromática e fuga em ré menor, cuja ousadia harmônica evidencia a genialidade do compositor alemão na elaboração de um discurso musical capaz de transmitir uma diversidade de afetos.
Patrimônio histórico
O instrumento foi fabricado por Martin Sassmann, referência da escola de “construção moderna” de cravo, que floresceu na Alemanha na década de 1960, em decorrência do renascimento dos instrumentos antigos de teclado entre os séculos 19 e 20. Em seu auge, nos anos 1970, a oficina Sassmann chegou a produzir 120 cravos, espinetas e clavicórdios por ano.
Nos primórdios, os cravos de Sassman eram produzidos em série. Em sua fabricação, eram utilizados kits com plectros (peças acionadas pela tecla, que puxam as cordas do instrumento, fazendo-as vibrar e produzir o som) em plástico, com o intuito de dar potência ao cravo. Entre as fabricantes alemãs, a Sassmann foi das primeiras a migrar do modelo de construção moderna (em série) para uma produção mais tradicional e artesanal, resultando numa construção mista.
Especialista em música barroca
Edmundo Hora é doutor em Cravo pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde atua, desde 1993, como professor de cravo e música barroca no Departamento de Música do Instituto de Artes e, desde 2004, no Programa de Pós-graduação. Hora é especialista em música barroca e desenvolve o seu trabalho baseado na interligação das técnicas específicas dos instrumentos antigos de teclado. Tem experiência na área de artes, com ênfase em instrumentação musical (cravo, órgão barroco, fortepiano e clavicórdio) e atua com técnicas do barroco, afinação e temperamentos antigos, musicologia histórica brasileira e retórica musical.
O professor foi solista em diversas orquestras, como a Sinfônica de Minas Gerais, a Sinfônica de Campinas, a Sinfônica da Unicamp e a Orquestra Barroca Armonico Tributo.