Pesquisa e Inovação

Bolsistas da UFMG se destacam em competição nacional de engenharia biomédica

Estudantes vinculados ao Laboratório de Inovação, Prototipagem e Simulação (Lips) vão representar a Universidade na etapa nacional, em setembro

Da esquerda para a direita, João Vicente, Lucas Barbosa, Lucas Gabriel, Giulia Pena, Jéssica Claudino, Davi Lara, Bruno Kirst, Samuel Morais, Daniel Maruch, João Pedro e Gabriela Viegas
Da esquerda para a direita, João Vicente, Lucas Barbosa, Lucas Gabriel, Giulia Pena, Jéssica Claudino, Davi Lara, Bruno Kirst, Samuel Morais, Daniel Maruch, João Pedro e Gabriela Viegas Foto: Acervo Lips-UFMG

Bolsistas da UFMG que desenvolvem atividades no Laboratório de Inovação, Prototipagem e Simulação (Lips), no Instituto de Ciências Exatas (ICEx), alcançaram o pódio em três categorias da etapa regional da Biochallenge Brasil, única competição nacional em engenharia biomédica. Os estudantes da Universidade conquistaram a primeira, a segunda e a terceira colocação, respectivamente, nas categorias motora, visual e auditiva. A engenharia biomédica, área contemplada pela competição, é um campo relevante para a física aplicada, especialmente no âmbito da instrumentação médica. 

A etapa regional da Biochallenge, realizada no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, no início de julho, explorou o tema tecnologias assistivas, área que abrange recursos e serviços destinados ao tratamento de pessoas com deficiência. Dessa etapa, participaram três equipes mineiras (UFMG, Inatel e Universidade Federal de Uberlândia) e três paulistas (Instituto Tecnológico de Aeronáutica, USP e PUC-SP). 

Solução de problemas reais
Sediado na sala 3086 do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da UFMG, o Lips é gerenciado pela EcoCreator e administrado pelo engenheiro Davi Lara, gerente técnico do laboratório. Atualmente, a equipe é composta por 12 bolsistas dos cursos de Física, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Mecânica e Engenharia Química. Davi Lara explica que, no Laboratório, os estudantes recebem mentorias e treinamentos de como utilizar equipamentos como impressoras 3D, softwares de simulação, instrumentos eletroeletrônicos, máquinas de conformação mecânica e ferramentas diversas. “Com essa experiência, os alunos são capazes de desenvolver protótipos, tanto softwares quanto hardwares, para resolver problemas reais com eficiência e rapidez”, destaca.

Os 12 bolsistas do Lips foram inscritos na etapa sudeste do BioChallenge, divididos em três grupos de quatro alunos, para o desenvolvimento de projetos nas áreas de deficiência visual, auditiva e motora. Apesar de um prazo considerado como “relativamente curto” para o desenvolvimento dos protótipos, Davi Lara considera que os estudantes conseguiram utilizar a estrutura e os recursos disponíveis no Lips para o desenvolvimento de soluções bastante satisfatórias.

Projetos e resultados
A equipe que conquistou o primeiro lugar na categoria motora é composta dos estudantes Gabriela Viegas Moreira (Física), Jéssica da Silva Claudino (Engenharia de Controle e Automação), João Vicente de Alves Ribeiro  (Física) e Lucas Gabriel de Almeida Reis (Física). O protótipo apresentado é um braço mecânico colaborativo, controlado pelo movimento das mãos, com a utilização de um acelerômetro – chips presentes normalmente em dispositivos como smartphones e tablets, para que detectem a inclinação de um aparelho, alterem a interface ou interajam com aplicativos, de acordo com os movimentos.

Bolsistas do Lips na etapa regional da Biochallenge
Bolsistas do Lips na etapa regional da Biochallenge Foto: Acervo Lips-UFMG

O grupo que alcançou o segundo lugar na categoria visual é formado pelos estudantes João Pedro Menezes Oliveira (Física), Leonardo Lopes (Engenharia Mecânica), Lucas Barbosa Medeiros (Engenharia de Controle e Automação) e Samuel Antunes Vasconcelos de Morais (Engenharia de Controle e Automação). O projeto apresentado é uma bengala com sensores ultrassônicos. 

Na categoria auditiva, em que o grupo do Lips ficou em terceiro lugar, os alunos desenvolveram um aplicativo que reconhece sons e avisa ao usuário, por meio de uma transcrição, o que está acontecendo no ambiente. Esse grupo é formado pelos bolsistas Bruno Kirst (Engenharia de Controle e Automação), Daniel Maruch Peixoto (Engenharia de Controle e Automação), Giulia Fontana Pena (Física) e Silva Schriefer (Física).

“No dia da competição, eles já chegaram com as soluções praticamente prontas e desenvolvidas e tiveram que fazer apenas alguns ajustes finos. E o resultado foi muito satisfatório: alcançamos um excelente desempenho nas três categorias, com soluções de tecnologia assistiva desenvolvidas por alunos de graduação entre o primeiro e sexto período e que agora irão competir em nível nacional em Ribeirão Preto”, diz Davi Lara.

Biochallenge Brasil
Oganizado pelo Inatel, com o apoio da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB), o Biochallenge Brasil é um evento que integra estudantes apaixonados por tecnologia e saúde, estimulando-os a desenvolver soluções para problemas da área da saúde. Durante a competição, cada equipe desenvolve uma solução para enfrentar os desafios das deficiências visual, auditiva e motora. 

Os primeiros e segundos colocados vão participar da competição nacional, que será realizada em 3 de setembro, em Ribeirão Preto, durante o Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica (CBEB). Na final nacional, os campeões regionais se enfrentam em mais um desafio presencial e ainda participam de uma batalha de pitch, um tipo de apresentação direto e curto, para escolha do campeão nacional.

Os estudantes contemplados são bolsistas do projeto Ecossistema de inovação voltado para a criação de startups, realizado no Lips, com financiamento da Fapemig e da Finep. 

Biochallenge Brasil - Sudeste

Hugo Rafael