Caminhão-museu da UFMG estaciona na Flip, em Paraty
Espaço receberá visitas de estudantes e abrigará mostra fotográfica e conversas sobre história, política e literatura
O Caminhão-museu da UFMG, mantido pelo Projeto República, cumpre, de quarta, 10, até sábado, 13, uma programação especial na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no estado do Rio de Janeiro. O veículo, que ficará estacionado na Praça Aberta, no Areal do Portal, receberá, nas manhãs de quarta, quinta e sexta, visitas de estudantes da rede pública do município. Nas tardes de quinta, sexta e sábado, haverá debates sobre literatura, jornalismo e história do Brasil.
Na quinta-feira, 11, a partir das 17h30, os escritores Sergio Rodrigues e Noemi Jaffe conversam sobre literatura e política com mediação da professora Heloisa Starling, coordenadora do Projeto República. Na sequência, Starling também mediará o bate-papo sobre jornalismo e literatura, que envolverá os editores do Suplemento Literário de Minas Gerais, Lucas Guimaraens, e do Suplemento Pernambuco, Schneider Carpeggiani.
Na sexta-feira, as discussões no caminhão começam às 15h com o psicanalista Christian Dunker, que falará sobre a difícil arte de escutar o outro, com mediação de Heloisa Espada. Dois jovens escritores, Tobias Carvalho, autor de As coisas, e Gustavo Pacheco (Alguns humanos), relatam como é estrear na literatura em tempos de tormenta. A mediação da conversa, que se inicia às 16h, será feita por Schneider Carpeggiani. A programação do dia termina com recital poético de Lubi Prates, Wellington de Melo e Mbate Pedro.
A jornalista, escritora e tradutora Pilar del Rio, viúva de José Samarago, dará início às atividades de sábado, a partir das 11h, com uma exposição sobre a declaração universal dos deveres humanos. A mediação ficará a cargo de Marilia Scalzo. Às 15h, a historiadora Lilia Schwarcz aborda o autoritarismo no Brasil em conversa com Heloisa Starling. Na sequência, o historiador José Murilo de Carvalho conversa com Heloisa Starling e Heloisa Espada sobre aspectos da vida brasileira. Por fim, às 18h30, o movimento abolicionista brasileiro é tema da exposição da professora Angela Alonso, da USP, com mediação de Heloisa Starling.
Violência política
O Caminhão-museu também vai expor a mostra Conflitos: fotografia e violência política no Brasil 1889-1964, com curadoria de Heloisa Espada e consultoria de Ângela Alonso, Ângela Castro Gomes e Heloisa Starling. A exposição traz um panorama de imagens de Canudos e de outras guerras civis, revoltas e episódios de confronto que envolveram o Estado brasileiro. A intenção é abordar o papel das imagens fotográficas nesses eventos, seu uso político e formas de circulação. Foram reunidos trabalhos de autores conhecidos, como Juan Gutierrez e Flávio de Barros, e de inúmeros anônimos, amadores ou profissionais.
A mostra é uma correalização do Instituto Moreira Salles e do Projeto República.
O campo na boleia
O Caminhão-museu percorre o país com a exposição Sentimentos da terra, que reúne histórias do campo e de sua gente. O ambiente promove debates e resgata personagens e acontecimentos muitas vezes esquecidos, além de fornecer repertórios em várias áreas do conhecimento, como história, geografia e literatura.
O projeto conjuga rigor acadêmico, linguagens acessíveis e ferramentas pedagógicas atrativas. Valendo-se de fontes históricas variadas, como o cinema, a canção, a fotografia e a literatura, o caminhão mobiliza públicos de idades e formações variadas.
Entre seus ambientes, estão duas salas de cinema, cada uma com capacidade média para 15 pessoas e projeção em blu-ray; o Espaço da Imaginação, com seis computadores conectados à internet, mesa de leitura e mais de 500 livros sobre arte, fotografia, geografia, história, costumes e tradições; tela interativa com seleção de reportagens atuais sobre o interior do Brasil; e a Galeria Grandes Personagens, com o perfil de oito figuras-ícone da história do campo brasileiro.