Coleção de professores da EBA é aprovada pelo programa do livro didático
Obras são guiadas pelo diálogo entre linguagens da arte e por suas múltiplas manifestações
A coleção Rumos da arte, escrita por professores da Escola de Belas Artes da UFMG, foi aprovada na seleção do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para o ano de 2020. Os livros serão distribuídos em escolas públicas do ensino fundamental do país. “Reafirmar a arte como uma área do conhecimento humano é indispensável para o reconhecimento do mundo atual e futuro”, afirma a professora Mariana Muniz, integrante da equipe de produção da coleção, editada pela SM.
O PNLD é responsável por selecionar, avaliar e distribuir todas as obras didáticas, pedagógicas e literárias para as escolas públicas do Brasil. A seleção é realizada de forma secreta, ou seja, os avaliadores não têm acesso às identificações dos livros e dos produtores do conteúdo.
Como explica Mariana Muniz, vinculada ao Departamento de Artes Cênicas, a coleção abarca as quatro linguagens das artes: visuais, música, teatro e dança. “Acreditamos que essas linguagens devem ser contempladas de maneira equilibrada, em diálogo entre si, mas dentro de suas especificidades", defende.
A equipe de produção é formada, ainda, pelos professores Ana Cristina Carvalho Pereira e Maurilio Andrade Rocha, do Departamento de Artes Cênicas, e Rodrigo Vivas Andrade, do Departamento de Artes Plásticas.
Reconhecer habilidades
Segundo Mariana Muniz, a coleção foi concebida com a preocupação de valer-se dos conhecimentos prévios do aluno como medida avalizadora de aprendizagem. A docente reforça que, no campo da arte, o processo criativo é importante instrumento de ensino, e dar ênfase a essa potencialidade é um dos propósitos da coleção. “Muitos desses estudantes já têm habilidades artísticas. É muito importante reconhecer o que eles já sabem e mostrar que a arte não está fora deles”.
A coleção também põe em evidência expressões artísticas nem sempre reconhecidas. “Saímos do eixo Sudeste para contemplar outras manifestações de estados brasileiros e da América latina, trazendo, principalmente, discussões das produções afro-brasileiras e indígenas. A arte não é aquilo que está no museu, longe do aluno. Ela faz parte do seu cotidiano, está ao nosso redor", argumenta a professora.
Colaboração
“Ao abordar um determinado tema, tratamos de trabalhá-lo sem categorizá-lo em uma única disciplina. Apresentamos a sua complexidade e a maneira como várias disciplinas, dentro de suas especificidades, se relacionam para dar conta daquele problema”, explica a professora Mariana. Para ela, o ensino das artes deve atuar em conjunto com as demais formações para desenvolvimento humano. “A arte colabora com outras disciplinas para entender e resolver questões do nosso mundo”.
A coleção traz uma nova seção, Artes integradas, implementada em consonância com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Mariana Muniz explica que esse eixo está relacionado com as múltiplas modalidades das artes e expressões estéticas multiculturais e cita como exemplo o Bumba meu boi, que concentra experiências de dança, visualidades e teatro, e incorpora referências africanas, indígenas e europeias.