Pesquisa e Inovação

Comportamento de células da resposta imunológica pode influenciar gravidade de casos da dengue

Pesquisa do ICB analisou as células sanguíneas de 37 voluntários; trabalho é tema do novo episódio do programa 'Aqui tem ciência', da Rádio UFMG Educativa

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'Aedes aegypti', o mosquito transmissor da dengueJames Gathany I Wikimedia Commons

O que faz uma pessoa ter um quadro mais grave ou leve de dengue? Essa pergunta foi o ponto de partida da tese de doutorado da bióloga Iracema Carvalho, defendida no Programa de Pós-graduação em Microbiologia da UFMG. A bióloga, que é mestra em Microbiologia também pela Universidade, estudou o comportamento de células responsáveis pela resposta imunológica. 

Iracema analisou as células sanguíneas de 37 voluntários usando a técnica chamada citometria de fluxo, que favorece a obtenção de uma espécie de retrato da resposta imunológica da pessoa. A pesquisadora observou, assim, como se comportam oito tipos de células da resposta imune inata. 

Os resultados mostraram que alguns desses grupos celulares da resposta imune inata estavam diferencialmente ativas, produzindo níveis maiores de mediadores inflamatórios naqueles voluntários com quadros mais graves de dengue. "Isso indica que essa hiperativação acontece desde o início da infecção pelo vírus", explica a autora.

Segundo Iracema, pesquisadores poderão, no futuro, utilizar resultados da tese para caracterizar diferentes perfis de resposta imunológica correspondentes a vários quadros clínicos. Com os perfis traçados, eles poderão então identificar as pessoas mais propensas a desenvolver quadros graves de dengue e propor novos tratamentos. 

Os resultados da pesquisa estão detalhados no novo episódio do programa Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa.


Raio-x da pesquisa

Tese: Avaliação da contribuição de células da imunidade inata para o desenvolvimento de distintos quadros clínicos da dengue
O que é: investigação do papel exercido por diferentes componentes da resposta imunológica à infecção pelo vírus da dengue em humanos. O estudo avaliou a contribuição da ativação de distintos tipos celulares para a configuração de forma mais grave ou mais branda da doença.
Nome da pesquisadora: Iracema Luisa Quintino de Carvalho
Orientador: Helton da Costa Santiago
Ano da defesa: 2020
Programa: Pós-graduação em Microbiologia
Financiamento: CNPq, Capes e Fapemig

Iracema de Carvalho: trabalho mostra importância da pesquisa básica
Iracema de Carvalho: trabalho mostra importância da pesquisa básica Arquivo pessoal

O episódio 54 do programa Aqui tem ciência é apresentado por Alicianne Gonçalves, responsável também pela produção e edição. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues.

O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da emissora apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade.

Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.