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Cumplicidade e afeto: vida de Angelo Machado é tema de documentário dirigido pela neta

Curta de Mariana Machado será exibido na Mostra Ecofalante de Cinema nesta quinta-feira

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Angelo Machado: homem de múltiplos papéis, interesses e conhecimentos
Mariana Machado

Cientista, professor de neuroanatomia e zoologia da UFMG, dramaturgo, escritor, ambientalista, entomólogo apaixonado por libélulas e borboletas, pai, avô. Angelo Machado reuniu papéis, conhecimentos e interesses raros de se encontrar em uma só pessoa. Machado, que morreu em abril deste ano, ganhou um retrato documental no filme Angelo, realizado por sua neta Mariana Machado. 

O curta-metragem, produzido de 2018 a 2020, estreia nesta quinta-feira, 13, na nona edição da Mostra Ecofalante de Cinema, festival cinematográfico dedicado a temáticas socioambientais. O filme foi selecionado na categoria Curta Ecofalante e concorrerá aos prêmios de melhor curta-metragem pelo júri e de melhor filme pelo público, este com votação pela internet. 

Microrrelações
Inspirado na relação íntima e familiar entre o protagonista e sua neta, o documentário constrói um retrato multifacetado do professor. “Queria entender, pelas imagens e pelo seu processo de criação, o que se passa nas microrrelações, nesses mundos que se criam entre poucas pessoas, entre duas, no caso. Relações de cumplicidade, de acordos pelo olhar, de trocas de saberes, de escutas e cuidado. Levantar questões como essas é também refletir sobre micropolíticas, para mim um tema muito importante”, conta a diretora. 

Marina Machado afirma, ainda, que o filme também pode ser interpretado como uma homenagem às relações que estão ao nosso lado, mas que passam despercebidas. “Importante é estar atento, desvelar cotidianos, oferecer novos olhares e ouvidos para tudo o que nos cerca. Sigo tentando descobrir o que se esconde por detrás desses panos, buscando novas possibilidades de partilhas nos dias comuns. O filme é uma celebração da existência desse ser: Ângelo. E um gesto de amor", define.

O documentário foi filmado quase inteiramente na casa onde o professor viveu por 50 anos, em Belo Horizonte. Lá, ele constituiu sua família e viveu com sua esposa, Conceição Ribeiro Machado, professora do Departamento de Morfologia da UFMG.

Mariana Machado, que dirigiu, produziu e editou o curta, falou sobre o trabalho no programa Expresso 104,5, da Rádio UFMG Educativa.

Ouça a conversa com Filipe Sartoreto