Saúde

Dia do Professor: programa Conexões destaca saúde mental de docentes antes e depois da pandemia

Professora Stella Goulart, que coordenou a comissão que definiu a Política Institucional de Saúde Mental da UFMG, conversou sobre o tema com a jornalista Luíza Glória

Stella Goulart: saúde mental do corpo docente tem sido invisibilizada
Stella Goulart: saúde mental do corpo docente tem sido invisibilizada Foca Lisboa / UFMG

Esta sexta-feira, 15 de outubro, marca o Dia do Professor. Em busca de destacar a importância desses profissionais, a data foi oficializada por meio de um decreto do governo de João Goulart, em 1963. O trabalho docente, tão importante na formação dos cidadãos em todas as fases de vida, é atravessado por diversas dificuldades e obstáculos, que geram sobrecarga e potencializam o surgimento de sofrimentos mentais, questões que costumam ser minimizadas e invisibilizadas. 

Dados de uma pesquisa realizada em 2018, pela Associação Nova Escola, identificaram que 66% das professoras e professores já precisaram se afastar do trabalho por questões de saúde: 68% deles por causa da ansiedade, 63% por casos de estresse e dores de cabeça e 39% por causa da insônia. Além disso, 28% relataram já ter sofrido de depressão. A pandemia da covid-19 representa mais um dos grandes desafios enfrentados por esses profissionais, que sofreram e têm sofrido uma grande pressão com os problemas decorrentes da crise sanitária. Segundo uma nova pesquisa realizada pela Nova Escola, 72% dos profissionais tiveram a saúde mental afetada e precisaram buscar apoio durante a pandemia. 

A professora do Departamento de Psicologia da UFMG Stella Goulart, que coordenou a Comissão Institucional de Saúde Mental que definiu a Política Institucional de Saúde Mental da UFMG, foi a entrevistada do programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta sexta-feira, 15. Na conversa conduzida pela jornalista Luíza Glória, apresentadora do programa, a professora Stella Goulart falou sobre questões relativas à saúde mental dos docentes antes, durante e depois da pandemia.

“Existe uma invisibilidade muito preocupante [acerca da temática da saúde mental dos professores]. E ela se expressa na forma como os dados relativos à saúde são compartilhados”, defendeu Stella Goulart. Para a professora, “é importante entender que saúde mental, sofrimento mental e educação são processos coletivos.”

Ouça a conversa conduzida pela jornalista Luíza Glória

A Comissão Permanente de Saúde Mental e a Rede de Saúde Mental da UFMG têm um projeto de acolhimento à distância para a comunidade universitária, inclusive para os professores. O serviço funciona de segunda a sexta, das 8h às 21h, em escalas variadas. A lista com os profissionais disponíveis e seus contatos está disponível no site Saúde Mental UFMG. Em caso de urgências, a recomendação é procurar o atendimento do SUS. 

Produção: Enaile Almeida e Nicolle Teixeira, sob orientação de Luíza Glória e Hugo