Extensão

Diversão, convivência e contato com a natureza marcam sexta edição do ‘Domingo no campus’

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Ferdinando Marcos / UFMG

Pouco antes das 9h deste domingo, o empresário Américo Xavier e as filhas, Júlia, Carolina e Sofia, circulavam de carro pelo campus Pampulha, quando avistaram a faixa que anunciava a realização do Domingo no Campus. Como passeavam sem rumo, partiram direto para a Estação Ecológica, aonde chegaram antes mesmo que a estrutura do evento estivesse toda preparada para receber o público. Júlia, a primogênita de 9 anos, deu o tom do que buscava. “Quero diversão, brincadeiras e uma boa convivência”, disse.

A garota resumiu com precisão as expectativas das mais de 700 pessoas que passaram pela Estação Ecológica neste domingo – estimativa feita pela portaria do órgão por volta das 12h. Sua irmã, Carolina, de 7, se impressionou de cara com a velha e imponente chaminé. “Papai Noel desce aqui?”, brincou.

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Foca Lisboa / UFMG


Perto dali, o advogado Daniel Manoel da Costa, a servidora da área de saúde do governo de Minas Gerais Vilma Sá Costa e a filha do casal, Daniela [foto], se impressionavam com o charme da antiga olaria da Estação, hoje transformada em uma sala de projeção de filmes. “Achei maneira essa caverna de tijolos”, comentou a garota, de 5 anos. Pouco depois, começariam a ser exibidos ali quatro curtas de animação e um filme experimental produzidos por ex-alunos da Escola de Belas-Artes.

No campo de futebol improvisado em frente à olaria, o estudante de pós-doutorado em Música Eduardo Pires Rossi brincava de bola com o filho Nestor, de 2 anos. Na grama, a esposa, Amélie Petiteau, francesa que faz disciplinas isoladas na Faculdade de Letras e na Escola de Música, e a filha Léia, 4 anos, também se divertiam. Para Amélie, que é da região da Normandia, no Norte da França, a atmosfera na Estação lembrou os famosos parques franceses. “Está muito gostoso”, disse.

Ao fundo, Amélie, os filhos Nestor e Léia e o marido Eduardo
Ao fundo, Amélie, os filhos Nestor e Léia e o marido Eduardo Foca Lisboa / UFMG

Trabalho para outros
Nem só de diversão é feito o Domingo no campus, que nesta edição comemorou o Dia Internacional do Meio Ambiente. Para monitores e estudantes envolvidos nos projetos e nas atrações do evento, o dia é de muito trabalho. O estudante de Física Felipe Gonçalves de Sousa, por exemplo, integrava a equipe do planetário móvel Starlab, uma estrutura inflável em formato de iglu, dentro da qual foi ministrada palestra sobre as estrelas da bandeira do Brasil e realizada projeção do céu que remete à época da Proclamação da República, no fim do século 19. A garota Daniela, a mesma que se admirou com a “caverna de tijolos”, saiu de lá agitada. “Foi muito legal essa viagem ao espaço em uma nave”, comentou.

Fila para sessão do planetário: palestra e observação do céu
Fila para sessão do planetário: palestra e observação do céu Foca Lisboa / UFMG

Atração à parte foi o drone recém-adquirido pela Estação Ecológica que hoje fez várias performances em seus ambientes. Segundo o estudante de Geografia Ricardo Melo, monitor da Estação, o equipamento foi comprado para ajudar no desenvolvimento de pesquisas. “Vamos usá-lo, por exemplo, no monitoramento das árvores durante o período de seca”, adiantou.

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Foca Lisboa / UFMG

Neste domingo, no entanto, o drone parecia mais “preocupado” em monitorar a animação. Ele deu as caras, por exemplo, no aulão de dança cigana [foto acima], que reuniu dezenas de pessoas. A atividade foi realizada pelo Grupo Cigano. “Foi uma experiência muito boa, eu amei. Tinha visto o convite no facebook que recomendava que se trouxesse um saião ou algo do tipo. De última hora, ainda peguei um lenço para amarrar na cintura e montei meu 'look ciganinha'. Os movimentos são tranquilos e suaves, por isso muitas pessoas foram se juntando ao grupo no decorrer da prática”, comentou a aposentada Cecília Araújo, que trabalhou como técnica administrativa no Centro Esportivo Universitário (CEU).

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Foca Lisboa / UFMG

No mesmo ambiente em que foi realizada a aula de dança cigana, a tenda Sabedoria e poesia chamava atenção do público. Em volta de uma mesa, a drag queen Paloma North [foto] “lia” uma bola de plasma e distribuía “cartas de sentimentos” para as pessoas que se aproximavam. “Meu objetivo é ler frases, algumas de teor poético, que certamente vão fazer bem ao coração”, disse Paloma, aluna de Biologia da UFMG e monitora da Estação. Convidado por ela, o repórter tirou uma carta do baralho, em que se lia: “É fácil amar a luz. Ame a sombra, e o amor nunca o abandonará”.

Mais forte no imaginário
Presente em mais uma edição do evento, a vice-reitora Sandra Goulart Almeida acredita que oDomingo no campus já está consolidado no calendário da cidade. “As pessoas têm a oportunidade de aproveitar o campus como espaço de lazer e podem perceber que aqui é um lugar de todos. Penso que ele ajuda a fortalecer a UFMG no imaginário da população.”

Para a pró-reitoria adjunta de Extensão, Cláudia Mayorga, o evento é uma ação de integração da UFMG com a cidade – “e isso tem sido feito de forma cada vez mais qualificada” – e possibilita que a comunidade acadêmica conheça outros espaços da Universidade, como a própria Estação: “Nem todos têm a oportunidade de vir aqui no dia a dia”.
Cláudia Mayorga espera que o Domingo no campus se solidifique como espaço de encontros de amigos e de famílias. “Família no sentido mais plural e diverso que a palavra carrega nos dias de hoje”, salientou.

Carolina, Américo, Sofia e Júlia junto à chaminé da Estação Ecológica
Carolina, Américo, Sofia e Júlia junto à chaminé da Estação Ecológica Ferdinando Marcos / UFMG

Quatro horas depois de sua chegada à Estação Ecológica, a família de Américo Xavier já se sentia em casa. Carol se impressionou com o bicho-pau, Sofia apreciou a estrela Cruzeiro do Sul no planetário móvel, e Júlia, adepta da boa convivência, se divertiu com muita gente. Feliz, embora aparentando certo cansaço com o pique das meninas, Xavier já projetava outras manhãs no campus Pampulha: “Não conhecia, mas vou recomendar”, prometeu.

As atrações do dia
Ginástica primitiva, Caminhadas ecológicas, Trilha do sossego, Trilha do cerrado, Trilha das borboletas, Oficinas interativas, Bicho-pau, Cerâmica, Cartões ecológicos, Dança cigana, Dança de salão, Planetário, Sessões do Cineclube Olaria, Tô de Boa, Tô no Campus (brincadeiras, como o slackline) e Piquenique

A TV UFMG também acompanhou a sexta edição do Domingo no campus.