Ensino

Técnicos e estudantes do ensino médio expõem sua produção

Trabalhos foram apresentados no CAD3, nesta quarta-feira

Estudantes do ensino médio apresentaram trabalhos no Hall do Cad 3
Estudantes do ensino médio apresentaram trabalhos no Hall do Cad 3 Foca Lisboa / UFMG

Seguindo a temática da 28ª Semana do Conhecimento, Educação de qualidade para o desenvolvimento sustentável, em consonância com a Agenda 2030 das Nações Unidas, estudantes do ensino médio e servidores técnico-administrativos em educação apresentaram projetos e pesquisas vinculados ao ensino, à pesquisa e à extensão. A exposição dos trabalhos ocorreu nesta quarta, dia 16, no Centro de Atividades Didáticas (CAD) 3, campus Pampulha.

Nesta semana, apenas os projetos considerados mais relevantes academicamente foram expostos. O 9º Seminário de Iniciação Científica Junior e a 9º Jornada de Apresentação do Conhecimento Produzido pelos Técnico-Administrativos em Educação integraram a programação do terceiro dia da Semana. Os trabalhos foram apresentados oralmente e na modalidade pôster, e os servidores foram agrupados de acordo com o nível: doutorado, mestrado, especialização e graduação.

No laboratório
Em um dos saguões do CAD 3, o projeto 1000 futuros cientistas, vinculado ao Departamento de Química, foi apresentado em pôster por servidores. A iniciativa propicia a alunos do ensino médio e fundamental a oportunidade de frequentarem laboratórios da UFMG e participarem da realização de experimentos orientados por estudantes de graduação e pós-graduação. “Eles também conhecem alguns laboratórios de pesquisa, nos quais são desenvolvidos trabalhos de iniciação científica, mestrado e doutorado”, explica Janaina de Paula Silva, aluna de mestrado em inovação da UFMG.

Talles e Janaina: experiência em laboratórios
Janaina e Thales: experiência em laboratórios Foca Lisboa / UFMG

O trabalho, que conta com a participação de Thales do Valle Moreira, técnico no Laboratório de Análise Elementar, se dá em via de mão dupla. “Enquanto oferecemos aos alunos de escola pública a oportunidade de estar em um laboratório, também fornecemos à comunidade discente da UFMG a experiência da didática", analisa. Segundo ele, a utilização de materiais inservíveis aos cursos de graduação e o crescimento no interesse dos alunos em estudarem na UFMG demonstram a relevância do projeto.

Em outra apresentação da mostra dos servidores, Fernanda Costa Silva explicou os fundamentos do estudo sobre o Upcycling, processo em que resíduo se torna novamente matéria-prima sem sofrer qualquer alteração química. No projeto, foram observados questões éticas ligadas à atividade econômica. “A ética deixou de ser tratada apenas na filosofia para ser abordada também nas ciências sociais. Observamos que as empresas têm preocupações com os preceitos éticos, principalmente com a responsabilidade. Elas atuam com práticas de consciência coletiva e também se importam com a destinação de resíduos no meio ambiente. Nesse sentido, é possível acreditar que os cursos de design, engenharia, entre outros, incluam propostas que considerem o upcycling como alternativa pedagógica”, completa Fernanda.

Gabriela Pulsos: limpeza da água
Gabriela Poças: limpeza das engrenagens que fazem limpeza da Lagoa da PampulhaFoca Lisboa / UFMG

Desde cedo
No hall do prédio, diversos estudantes do ensino médio apresentaram seus projetos de iniciação científica júnior. Entre eles, Gabriela Poças, aluna do terceiro ano de Análises Clínicas do Coltec, expôs trabalho que pode beneficiar a Prefeitura de Belo Horizonte.

Os integrantes do projeto, fruto de estudos da equipe de Biologia Sintética, se dedicam ao estudo da geração de uma bactéria capaz de quebrar o acúmulo de cabelos nas engrenagens das máquinas que fazem a limpeza da Lagoa da Pampulha. “Além de todo o impacto financeiro, algo importante foi a metodologia científica, em que nós tivemos a oportunidade de ter esse contato com uma ciência mais complexa, mesmo estando no ensino médio”, revela Gabriela.

Ronaudo:
Ronaudo: muito além do verbo 'to be'Foca Lisboa / UFMG

O ensino de inglês nas escolas públicas é abordado na pesquisa Não só de verbo to be (sobre)vive o ensino da língua inglesa. “Nossa intenção é desmitificar a ideia de que a única coisa que os alunos aprendem é o verbo to be", explica o venezuelano Ronaudo dos Santos, estudante do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Geraldina Ana Gomes.

Para isso, foram feitos infográficos de trabalhos realizados em portais especializados, como o Google Escolar. “A escola pública ainda tem muito para melhorar, mas mesmo assim é o único local em que pessoas com baixa renda têm acesso ao ensino de uma língua estrangeira”, destaca Ronaudo.

A 28ª Semana do Conhecimento da UFMG termina nesta sexta, 18, e integra as atividades da 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

Samuel Resende