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Em 'efeito dominó', Brasil vai perdendo direitos trabalhistas e sociais

Pesquisadora do Nepem analisa avanço de uma ofensiva conservadora em todo o mundo

Mães de jovens mortos protestam contra violência policial no RJ
Mães de jovens mortos protestam contra violência policial no RJ Fernando Frazão | ABr

Pesquisadores de todo o país denunciam a grave situação em que se encontra a pesquisa acadêmica no Brasil, com a redução do financiamento público, o contingenciamento de recursos do MEC (Ministério da Educação) e o desmonte do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações). Os assuntos são debatidos no 41º Encontro Anual da ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), que termina nesta sexta-feira em Caxambu, no sul de Minas.

Nos últimos anos, o país caiu da 27ª posição para a 69ª posição no ranking internacional de investimento em ciência, inovação e tecnologia. O orçamento do MCTIC previsto para 2018, de R$ 2,7 bilhões, representará apenas um terço do que foi em 2013. Nesse cenário, a previsão é que o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) tenha recursos apenas para pagar 100 mil bolsistas e, ainda assim, somente nos primeiros seis meses do próximo ano.

"Houve um consenso entre pesquisadores, cientistas sociais, cientistas políticos, sociólogos e antropólogos de que estamos vivendo um momento profundamente crítico para a democracia brasileira", avalia a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da UFMG (Nepem), Marlise Matos, na coluna Gênero e Feminismo do Jornal UFMG desta quinta-feira, 26.

Pela manhã, Marlise mediou na ANPOCS uma mesa-redonda sobre a ofensiva conservadora moral e antifeminista no Brasil e no mundo. "Os direitos humanos estão sofrendo os abalos e os ataques de conservadorismos e obscurantismos religiosos. Durante muito tempo, a própria religião lançou mão do discurso dos direitos humanos. E hoje as religiões estão atacando de forma orquestrada algumas dessas agendas", lamenta a coordenadora do Nepem.

Como em um 'efeito dominó', o Brasil vai perdendo os direitos trabalhistas e sociais - especialmente de mulheres, pobres, negros e LGBTs, alerta a professora da UFMG.

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Confira a cobertura do evento no site da ANPOCS.