Em ensaio ‘Como ler os russos’, jornalista e tradutor passeia por obras de expoentes do país
Irineu Franco Perpetuo buscou traçar no livro um panorama da literatura russa desde os clássicos
Apesar de os idiomas e as culturas de Brasil e Rússia serem bastante diferentes, a literatura russa é muito apreciada em terras tupiniquins. Os autores são muitos, como Gógol, Púchkin, Dostoiévski, Tolstói e Tchékhov. Ancorado nessa paixão por esses e outros escritores de uma terra tão distante, o jornalista e tradutor Irineu Franco Perpetuo, que transpôs vários livros do russo para o português, lança Como ler os russos. O ensaio busca ser um passeio guiado pelo mundo da literatura do país eurasiático, oferecendo uma vista panorâmica, ligando as obras aos acontecimentos políticos e os autores aos movimentos literários da Europa.
Em entrevista ao programa Universo Literário desta sexta-feira, 7, o jornalista e tradutor Irineu Franco Perpetuo refletiu sobre os motivos de continuarmos lendo, discutindo e admirando escritores russos. Não só o leitor comum, mas também expoentes da literatura brasileira mostram predileção por eles. “Não consigo imaginar o Nelson Rodrigues sem Dostoiévski. Para não falar na Clarice Lispector, que tinha um pé lá, a ligação é até étnica. Lima Barreto era apaixonado por eles, Carlos Drummond de Andrade, também. Estou falando de alguns nomes fundadores que são marcados por essa relação com a literatura russa. Então, a literatura brasileira é também um pouco uma floração muito original da literatura na Rússia”, comentou o jornalista.
Foram abordados também assuntos como o papel do profissional de tradução na produção de um livro estrangeiro, o processo de escrita da obra, que tinha prazo de um ano e incluiu uma viagem à Rússia, e o protagonismo das mulheres nessa literatura – tema ao qual foi dedicado um capítulo do livro de Irineu.
Produção: Laura Portugal e Marden Ferreira, sob orientação de Luiza Glória
Publicação: Alessandra Dantas