Em simpósio, pesquisadores discutem influência do ambiente construído no bem-estar
Neuroarquitetura investiga a relação entre o funcionamento cerebral e os espaços habitados; evento no próximo dia 3 reunirá especialistas da UFMG e da Universidade de Sheffield, no Reino Unido
A Escola de Arquitetura da UFMG vai sediar, no próximo dia 3, o simpósio Neuroarquitetura ao longo do ciclo vital. Com tradução simultânea, o evento, gratuito, vai reunir especialistas da Unidade e da Faculdade de Medicina, além de professores da Universidade de Sheffield. Eles vão apresentar estudos relacionados à influência do ambiente construído no funcionamento cerebral e no bem-estar humano, em diferentes etapas da vida. O simpósio é aberto a interessados de várias áreas, e não é necessária inscrição prévia.
A aplicação da neurociência à arquitetura busca obter insights sobre o comportamento humano em ambientes construídos. Embora ainda relativamente desconhecido, esse campo já tem uma base sólida de resultados.
A neurociência investiga o sistema nervoso, suas estruturas, funcionalidades e aspectos fisiológicos visando compreender como as atividades das células nervosas nos circuitos neurais se relacionam com a complexidade dos processos mentais. A arquitetura, por sua vez, combina arte e técnica para criar espaços organizados e gerar impactos positivos nas pessoas que os ocupam.
As recentes transformações tecnológicas têm possibilitado maior exploração da neuroarquitetura para compreender mais profundamente a relação das pessoas com os espaços que habitam. Isso não abrange apenas as psicológicas e comportamentais, mas também as reações fisiológicas do organismo.
Panorama
Promovido pela Diretoria da Escola de Arquitetura e pelo INCT Neurotec-R (@inctneurotecr), o Simpósio terá início na segunda-feira, dia 3, às 9h. O professor Maurício Campomori, diretor da Escola de Arquitetura e pesquisador do INCT NeuroTec-R, abrirá a programação destacando a relevância da neuroarquitetura na sociedade contemporânea e apresentando um panorama das pesquisas desenvolvidas em diferentes programas de pós-graduação e suas implicações para o design de espaços. O Projeto NEXT (Núcleo de Experimentações em Tecnologias Digitais), por exemplo, propõe-se a descobrir como a tecnologia e a neurociência se unem para criar ambientes mais saudáveis e funcionais.
Às 9h30, o médico Marco Aurélio Romano Silva, chefe do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável, apresentará os avanços do NeuroTec-R, rede internacional de pesquisadores nesse campo.
Em seguida, a arquiteta Paula Barros, professora do Departamento de Projetos da Escola de Arquitetura da UFMG e docente visitante júnior na Universidade de Sheffield, no Reino Unido, vai discorrer sobre a relação entre o espaço físico urbano e a experiência emocional das crianças em sua mobilidade independente. Paula Barros é doutora em Design Urbano pela Oxford Brookes University e mestre em Renascimento Urbano Aplicado às Comunidades Locais pela Universidade de Liverpool, ambas também no Reuno Unido
Às 10h30, o tema em destaque será Envelhecimento populacional e habitação informal na Tailândia, com o engenheiro Isaiah Durosaiye. Diretor adjunto de Pesquisa de Pós-graduação da Universidade de Sheffield, o cientista vai falar sobre seus estudos acerca de envelhecimento e ambiente construído, em especial sobre os desafios enfrentados por idosos em contextos urbanos informais. Doutor em Projeto Arquitetônico e mestre em Gestão Sustentável de Resíduos, Durosaiye investiga como as interações entre seres humanos e o ambiente podem apoiar a saúde e o bem-estar dos idosos.
A programação do evento pode ser acompanhada no Instagram: @inctneurotecr.