Encontro debate presença de estudantes negros na pós-graduação
Especialistas avaliaram trajetória de cotistas e evolução das políticas de ações afirmativas
Quais transformações ocorreram na universidade nos últimos anos com o aumento da presença de estudantes cotistas? E como anda o ingresso de candidatos negros na pós-graduação da UFMG? Essas questões foram discutidas nesta segunda-feira, 16, durante o 13º Encontro de Pesquisa em Educação na Faculdade de Educação (FAE). O evento termina nesta sexta-feira, 20, e integra a Semana do Conhecimento 2017.
Um dos destaques foi a avaliação do curso Afirmação na pós, que oferece aos participantes disciplinas e seminários sobre estratégias de formação acadêmica e informações sobre os programas de pós-graduação. Os selecionados são acompanhados desde o estágio de elaboração de projetos de pesquisa até a inscrição nos programas de especialização, mestrado e doutorado.
Nesse curso, podem se inscrever pessoas com atuação em movimentos sociais e culturais, ações coletivas ou atividades relacionadas ao desenvolvimento de sua comunidade ou grupo social, ou pertencer a grupos com acesso restrito ao ensino superior.
Um dos grupos de estudo do curso foca na preparação da comunidade negra para a seleção da pós-graduação da Faculdade de Educação. "Esse grupo de estudos teve 170 inscrições. Selecionamos 40 pessoas, sendo a maioria de mulheres negras. Desse total, 18 se inscreveram no mestrado e sete avançaram para a fase da prova oral", relata um dos coordenadores do grupo, Eduardo Levi.
A sociologia das relações raciais e a trajetória dos alunos cotistas na UFMG foram discutidas durante o encontro. "A presença maior de estudantes negros possibilita um sentimento de pertencimento. A criação de coletivos e grupos de estudantes contribui para a permanência, a sociabilidade e a mobilização política em prol de determinadas pautas", avalia o professor da FaE e pró-reitor adjunto de Assuntos Estudantis, Rodrigo Ednilson de Jesus.
O projeto Afirmação na pós é desenvolvido em parceria com a Universidade do Estado de Minas Gerais e conta com financiamento da Fundação Ford e da Fundação Carlos Chagas. A mesa-redonda sobre as Ações Afirmativas da UFMG integrou o 13º Encontro de Pesquisa em Educação.