Pesquisa e Inovação

Especialistas analisam contribuições da ciência de dados e da TI para a saúde

Workshop, gravado no canal da Pró-reitoria de Pesquisa no YouTube, integrou programação da Semana do Conhecimento

pesquisa@UFMG discute a ciência de dados e a tecnologia da informação para a pesquisa.
Participantes do evento, que integrou a programação da Semana do Conhecimento UFMGReprodução YouTube

A ciência de dados e o uso da tecnologia da informação na pesquisa foram abordados na última edição do workshop Pesquisa@UFMG, realizada na terça-feira, 26 de outubro. Sob uma perspectiva da análise de dados na área da saúde contextualizada com a pandemia da covid-19, o evento reuniu os professores Maria Cristina Soares Guimarães, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Antônio Luiz Pinho Ribeiro, da Faculdade de Medicina, e Pedro Vasconcelos Maia do Amaral, da Faculdade de Ciências Econômicas (Face).

Monitoramento de dados
Maria Cristina Guimarães é pesquisadora em Saúde Pública e professora do Programa de Pós-graduação em Informação e Comunicação em Saúde da Fiocruz. Ela falou sobre o sistema scancovid-19, ferramenta que monitora conteúdos publicados em fontes de dados públicas e credenciadas sobre os mais variados temas relacionados ao novo coronavírus.

Segundo Maria Cristina, o scancovid-19 não responde a perguntas específicas, mas reflete o que as fontes oferecem ao reunir dados em um espaço organizado de registros de conhecimento. Ela analisou os desafios do trabalho com ciência de dados. “A ciência está na interpretação. O mundo é vasto, os dados pululam para todos os lados, e é fundamental que a gente invista em como interpretá-los”.

Tecnologias e acesso à saúde
Cardiologista, Antônio Pinho Ribeiro é professor do Departamento de Clínica Médica da UFMG e coordena a Rede de Telessaúde de Minas Gerais e o projeto TeleCovid-19. À luz da experiência da Rede de Telessaúde de Minas Gerais, ele falou sobre a contribuição do uso de tecnologias para a melhoria do acesso e da qualidade assistencial em saúde e suas perspectivas.
“A distribuição de recursos em saúde é extremamente desigual no mundo. Um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável trata da melhoria do bem-estar e da redução das desigualdades de saúde. Soluções como essas, se desenvolvidas em países de baixa e média renda, podem ajudar a resolver questões de acesso e de qualidade da assistência”, disse.

Análise de dados de saúde
Pedro Vasconcelos do Amaral é coordenador do Centro de Análise de Dados Econômico-espaciais da UFMG. No workshop, ele falou sobre os desafios e aplicações da análise de dados de saúde no Brasil. Segundo o professor, a crescente disponibilização de dados de saúde vem abrindo espaço para análises econômicas e geoespaciais com o objetivo de aprimorar a acessibilidade, a cobertura e a eficiência do sistema. Todavia, a qualidade e a abrangência das informações ainda encontram relevantes obstáculos.
“Felizmente, temos no país uma enorme granularidade de dados em saúde, e isso nos permite fazer vários cruzamentos e análises sobre a situação de saúde no país. Mas ainda há muita heterogeneidade na qualidade dos dados. Precisamos sempre lembrar que a análise de uma informação é sempre tão boa quanto a qualidade do dado que deu origem a ela”, explicou.
 
O workshop Pesquisa@UFMG integrou a programação da Semana do Conhecimento. Assista ao programa, disponível na íntegra no canal da Pró-reitoria de Pesquisa (PRPq) da UFMG no YouTube.