AULP vai premiar tese ou dissertação com foco na aproximação das comunidades lusófonas
Trabalhos devem focalizar as relações de, ao menos, dois países de língua portuguesa

Anualmente, a Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) premia uma dissertação de mestrado ou doutorado que contribua para a aproximação das comunidades de língua portuguesa. A 18ª edição do Prêmio Fernão Mendes Pinto contempla trabalhos que explicitam relações entre comunidades de, ao menos, dois países. Em ação conjunta com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a AULP vai atribuir prêmio de 8 mil euros, além da publicação digital do trabalho sob a responsabilidade do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua.
O regulamento prevê a submissão de dissertações escritas em português que tenham sido defendidas durante o ano de 2024. As propostas deverão ser apresentadas por instituições de ensino superior ou institutos de investigação científica membros da AULP de países de língua portuguesa. A instituição deve estar com as quotas em dia.
Inscrições
As candidaturas podem ser feitas até 31 de julho, via e-mail aulp@aulp.org. Cada proposta deverá conter o curriculum vitae do autor, cópia da dissertação em suporte informático, além do parecer do orientador da dissertação e uma declaração da instituição em que foi apresentada. Caso os anexos sejam muito extensos, o autor poderá enviar seu conteúdo por meio de um serviço on-line de transferência de arquivos, como o WeTransfer (gratuito).
Os trabalhos serão agrupados em quatro seções: letras e artes, ciências exatas, ciências da saúde e da vida e ciências sociais e humanas. A deliberação do prêmio será feita por um júri, constituído por um conjunto de professores de áreas diferentes e provenientes de instituições de ensino superior de vários países.
Os resultados do prêmio são divulgados no ano seguinte à candidatura. Demais informações podem ser encontradas na página da AULP.
UFMG entre os premiados
Em 2010, a premiada foi uma pesquisadora da UFMG. Gisella de Amorim Serrano, então doutoranda em História, foi a vencedora da terceira edição com a dissertação Caravelas de papel: a política editorial do acordo cultural de 1941 e o pan-lusitanismo (1941-1949). Defendida no programa de Pós-graduação em História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), a pesquisa analisou a política editorial implementada por meio do Acordo Cultural Luso-Brasileiro de 1941. A assinatura do tratado possibilitou a produção de vasto material impresso, como revistas, séries e coleções.
“Preocupei-me em descortinar, entre outros aspectos, os meandros discursivos dessa produção e a instrumentalização da história, em função do ideário político dos dois governos – Vargas e Salazar – que, juntos, queriam forjar uma espécie de ‘cultura política luso-brasileira’”, explicou Gisella.
Segundo a autora, o prêmio representa um incentivo para os pesquisadores brasileiros que trabalham com temas da história das relações luso-brasileiras, possibilitando ampliação de contatos e favorecendo outros intercâmbios acadêmicos. Além do prêmio em dinheiro, Gisella também foi convidada para escrever um capítulo para a coleção histórica e sua tese foi publicada pelo Instituto Camões.