Pesquisa e Inovação

Pesquisador propõe modelos estatísticos para corrigir a subnotificação

Defendida na UFMG, tese premiada pela Capes é tema de novo episódio do 'Aqui tem ciência'

Guilherme
Na pesquisa, Guilherme abordou a subnotificação e o problema da "esparsidade"Acervo pessoal

Durante a pandemia de covid-19, uma palavra se tornou frequente no noticiário: subnotificação. Vários pesquisadores da área de saúde têm alertado para o fato de as estatísticas oficiais do Brasil não registrarem todos os casos de pessoas contaminadas com o coronavírus. Tese de doutorado defendida na UFMG propõe dois modelos estatísticos que possibilitam corrigir a subnotificação com base em dados disponíveis. O trabalho foi o vencedor, na área de Estatística e Probabilidade, da edição 2021 do Prêmio Capes de Tese.

O episódio 107 do Aqui tem ciência, programa da Rádio UFMG Educativa, entrevistou o autor da pesquisa, Guilherme Lopes de Oliveira. Ele explica que um dos modelos criados pretende calcular a probabilidade de determinado dado não abranger o verdadeiro total de casos. O outro modelo, por sua vez, possibilita estimar a fração que os dados coletados representam do total de casos ocorridos em determinada região. As duas soluções usam essas estimativas para calcular e corrigir variáveis a partir de dados subnotificados, como a taxa de mortalidade infantil em determinada região.

A tese de doutorado resultou, ainda, no desenvolvimento de ferramenta estatística destinada a enfrentar um problema conhecido como “esparsidade”, termo que Guilherme esclarece nesse episódio. No Aqui tem ciência, o estatístico ressalta a importância dos três modelos para o planejamento e a implementação de políticas públicas.


Raio-x da pesquisa

Tese: Desafios na modelagem de dados de contagem: modelos Bayesianos para correção de viés de subnotificação e estimação de curvas de mortalidade

O que é: pesquisa de doutorado que criou três modelos estatísticos, dois dos quais destinados a calcular e corrigir variáveis a partir de dados subnotificados. O outro modelo, que continua em desenvolvimento, busca enfrentar o problema da esparsidade. Nesse caso, com o objetivo de estimar taxas de mortalidade por faixa etária em pequenas regiões.

Pesquisador: Guilherme Lopes de Oliveira

Programa de Pós-graduação: Estatística

Orientadora: Rosangela Helena Loschi

Coorientador: Renato Martins Assunção

Ano da defesa: 2020

Financiamento: Capes e Fapemig

O episódio 107 do programa Aqui tem ciência tem produção, edição e apresentação de Tiago de Holanda. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues.

O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e busca abranger todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade.

O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.