Arte e Cultura

Festival de Verão é aberto com conversa entre expoentes do pensamento literário de Minas

Em meio à Festa do Livro, na Praça de Serviços, Leda Maria Martins e Jacyntho Lins Brandão falaram sobre suas produções literária, ensaística e poética

O bate-papo entre Jacyntho Lins Brandão e Leda Maria Martins, na Praça de Serviços, foi mediado pelo jornalista Ewerton Martins Ribeiro
Bate-papo entre Jacyntho Brandão (à esquerda) e Leda Martins foi mediado pelo jornalista Ewerton Martins Ribeiro Foto: Foca Lisboa | UFMG

Com o tema Arte Palavra: literatura e oralidades, começou, na tarde desta segunda-feira, dia 11, o 18º Festival de Verão UFMG. Na atividade inaugural, os escritores Leda Maria Martins e Jacyntho Lins Brandão, ambos professores aposentados da Faculdade de Letras da UFMG e considerados decanos do pensamento literário em Minas, debateram com o público a sua produção literária, ensaística e poética. A mesa foi conduzida pelo jornalista Ewerton Martins Ribeiro.

Leda Martins é autora de livros teóricos como A cena em sombras (Perspectiva, 1995), Afrografias da memória (Perspectiva e Mazza Edições, 2021), e Performances do tempo espiralar (Cobogó), de 2023. Tem ainda dois livros de poemas: Os dias anônimos (7Letras), de 1999, e Cantigas de Amares (1983). Em 2017, foi criado o Prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras, patrocinado pelo BDMG Cultural, como uma forma de reconhecer sua contribuição para o campo.

A obra de Jacyntho se destaca pelas traduções de textos clássicos, alguns escritos em línguas que não existem mais, como o acádio, que usa a escrita cuneiforme (feita com auxílio de objetos em formato de cunha). Ele também lançou os livros de poemas Harsíese (editora Patuá), em 2023, e Mais um nada (Quixote+Do), em 2020. Relicário (José Olympio), de 1982, e O fosso de babel (Nova Fronteira), de 1997, estão entre os romances de sua autoria. Ele escreveu também a peça de teatro Que venha a senhora dona (Tessitura), de 2007.

Pensar a cultura
A reitora Sandra Regina Goulart Almeida lembrou que o Festival começou em 2007, “quando ainda não havia carnaval em Belo Horizonte”. “A gente se reunia para pensar a cultura, as artes, a música, a literatura, e era muito bom. Posteriormente, tivemos que nos adaptar e criar algo para depois do carnaval”, afirmou. 

Sobre os convidados da mesa de abertura, a dirigente mencionou que Leda Martins comandou a Diretoria de Ação Cultural (DAC) da UFMG entre 2014 e 2018, instância que pavimentou o caminho para a criação da Pró-reitoria de Cultura (Procult), em 2023. Sobre o legado de Jacyntho Lins Brandão, emérito da Fale, Sandra Goulart destacou que ele é uma inspiração para a vida cultural da Universidade. 

Realizado pela primeira vez em parceria com a Festa do Livro, o 18º Festival de Verão tem programação 100% gratuita composta por encontros de autores, mesas-redondas, exposições, projeção de filmes e apresentações artísticas que exploram as múltiplas possibilidades da literatura e da oralidade na arte e na cultura.

Mais informações sobre o Festival podem ser consultadas em sua página no Instagram.