Pesquisa e Inovação

Fronteira entre normas do jornalismo e diversidade narrativa é discutida em livro

Publicação de professor da UFMG será lançada nesta sexta-feira

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Obra recontextualiza conceitos de informação, notícia, objetividade e crise Reprodução

A tensão entre a diversidade de modos de narrar e a concepção normativa única sobre o jornalismo, associada a critérios como neutralidade, imparcialidade e fiscalização do poder, orienta as discussões apresentadas no livro A constituição moderna do jornalismo no Brasil, de autoria do professor Phellipy Jácome, do departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG.

Ao buscar caminhos que levam ao aprendizado do jornalismo sob o prisma da historicidade dos seus fenômenos, o livro problematiza a maneira normativa pela qual a atividade jornalística e sua história têm sido prioritariamente descritas nos discursos autorreferentes, sobretudo naqueles ligados a ideais modernizadores.

“Se, por um lado, a normatização jornalística é capaz de gerar uma importante autoridade argumentativa para as mídias informativas e profissionais da informação, por outro, tende a congelar disputas que fazem do jornalismo uma prática social historicamente situada e em constante transformação”, discorre Jácome.

Fissuras e impertinências
A obra busca inquirir alguns mitos fundacionais do imaginário sobre o jornalismo no Brasil. Nesse sentido, destaca-se a reflexão sobre a chamada “modernização da imprensa brasileira”, relato quase uníssono de que as práticas jornalísticas teriam se modernizado, nos anos 1950, por meio da suposta importação de um “modelo americano”. 

Em sua pesquisa, Jácome mergulha em narrativas jornalísticas estadunidenses e brasileiras para demonstrar fissuras e impertinências dessa narrativa homogeneizante, apresentando uma recontextualização de ideais modernos, como informação, notícia, objetividade e crise. “Entendido sob o prisma da historicidade, o jornalismo deixa de ser um objeto delimitado a um conjunto de temas e de conceitos e passa a ser um fenômeno de mediação social e temporal”, define o autor.

A obra, publicada pela Editora Appris, será lançada nesta sexta-feira, 13, a partir das 18h, na Livraria Quixote, localizada na rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi.