Pesquisa e Inovação

Grupo do ICB descobre biomarcadores para infarto e outras doenças

Estudos, que favorecem o diagnóstico precoce, geraram artigos e cinco pedidos de patente

Vânia Goulart: resultados com sensibilidade e especificidade
Vânia Goulart: resultados com sensibilidade e especificidade Júlia Duarte / UFMG

Equipe de pesquisadores do ICB, coordenada pelo professor Rodrigo Ribeiro Resende, descobriu potenciais biomarcadores para infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico isquêmico (AVE), pré-eclâmpsia, hipertrofia cardíaca e esquizofrenia. Trata-se de doenças que, até o momento, não podem ser diagnosticadas na fase inicial por exames laboratoriais, como os de sangue. A descoberta gerou artigos e cinco pedidos de patente ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

O professor Rodrigo Resende, que trabalha em parceria com os pesquisadores Valéria Sandrim (Unesp) e José Luiz da Costa (Unicamp), afirma que, apesar de apresentarem altos índices de mortalidade ou incapacidade, essas doenças ainda não têm nenhum biomarcador, e outras, como o AVE, dependem de métodos diagnósticos caros, como tomografia e ressonância. 

“A descoberta, além de tornar acessível o diagnóstico dessas doenças, propicia condições para monitorar a progressão da doença (prognóstico) e acompanhar a resposta dos pacientes aos tratamentos”, afirma o professor, que coordena os trabalhos no Laboratório de Sinalização Celular e Nanobiotecnologia do ICB. 

Uma das pesquisadoras envolvidas no estudo, Vânia ­Aparecida Mendes Goulart, defendeu tese em dezembro sobre o tema. Suas análises foram feitas com cinco classes de metabólitos extraídas de amostras de soro e plasma de pacientes hospitalizados. Ela disse ter ficado surpresa com os resultados “tão satisfatórios” encontrados logo na primeira análise. “Fizemos varredura de 187 metabólitos, mas não esperávamos que, logo de cara, os resultados apresentassem sensibilidade e especificidade tão típicas de biomarcadores. Existem estudos similares para outras doenças, mas nenhum com resultados capazes de oferecer o diagnóstico e prognóstico”, comemora.

A descoberta dos biomarcadores foi abordada em matéria publicada na edição 2.048 do Boletim UFMG