Janeiro Roxo alerta para importância de diagnóstico precoce da hanseníase
Em entrevista, médica dermatologista e hansenóloga Ana Regina Andrade esclareceu mitos sobre a doença
Uma das doenças mais antigas da humanidade, a hanseníase, segue sendo um problema de saúde pública no Brasil. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país só fica atrás hoje da Índia em número de casos registrados, figurando à frente de outros países igualmente populosos, como a Indonésia. Por aqui, 30 mil pessoas contraem a doença por ano. Número que representa mais de 90% dos casos registrados em toda a América Latina, segundo a Dahw Brasil, organização não-governamental alemã que presta assistência a pessoas com hanseníase.
O contato direto e prolongado com alguém que tem a doença é a principal forma de contágio, fator que contribui para o estigma que a doença teve: no Brasil, especialmente até a década de 1980, era adotada uma política de isolamento de quem tinha a lepra (nome adotado na época para a doença), com a existência de 18 leprosários públicos. Havia, inclusive, uma polícia que buscava os pacientes em casa, gerando medo e pânico na população.
A denominação lepra deixou de ser usada a partir dos anos 1980, quando surgiu a cura. Para um resultado mais eficaz, há, no entanto, a importância de um diagnóstico precoce da doença. Por isso, anualmente, são realizadas campanhas de conscientização: batizado como Janeiro Roxo, o primeiro mês do ano, no qual se comemora o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, sempre no último domingo do mês, foi escolhido para receber grande parte dessas ações.
A médica dermatologista e hansenóloga Ana Regina Andrade, voluntária do Ambulatório de Hanseníase do Hospital das Clínicas da UFMG, esclareceu informações e mitos sobre a doença, em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta sexta-feira, 25.