Laboratório desenvolve protocolos para uso seguro da nanotecnologia
Ambiente integra estrutura do CTNano, que será inaugurado nesta terça-feira, 16
A crescente incorporação de nanomateriais ao uso cotidiano desafia pesquisadores de todo o mundo a encontrar métodos para aferir salubridade ambiental e efeitos adversos para a saúde de usuários e de trabalhadores que lidam com esses produtos. Na UFMG, o Laboratório Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), do Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno (CTNano), desenvolve protocolos de uso seguro da nanotecnologia.
“É necessário entender a interação de sistemas biológicos com nanomateriais, cujos efeitos nesses sistemas estão associados a eventos quânticos e de superfície e não respeitam a chamada razão molar”, explica o coordenador do SMS, professor Ary Correa. Isso dificulta a comparação de resultados entre laboratórios, pois a métrica usual de peso/volume é insuficiente para descrever os materiais em estudo.
Segundo ele, é consenso, entre os vários grupos de estudo internacionais, a impossibilidade de definir padrões gerais para o comportamento de nanopartículas. “Um grama de ouro, por exemplo, tem um padrão, isto é, sempre se comporta do mesmo jeito, mas, com nanomateriais de ouro, cada síntese gera partículas com distribuição de tamanhos diferentes. Como a princípio o efeito observado na nanoescala é relativo ao seu tamanho, temos uma somatória de efeitos inerentes a cada síntese. Portanto, a cada vez, estamos tratando com uma substância diversa”, pondera Correa.
Essas substâncias podem ainda mudar de comportamento dependendo do modo como são manipuladas e estocadas, chegando ao extremo de ter a sua morfologia alterada com o tempo.
Os desafios enfrentados pela equipe do SMS são abordados em matéria publicada na edição 2.054 do Boletim UFMG.