Saúde

Leitos do SUS: especialista da UFMG comenta desigualdade na distribuição

Norte e Nordeste possuem menos leitos disponíveis; disparidade pode aumentar número de mortes

A Covid-19 é uma doença que exige um grande esforço do sistema de saúde dos países. O tempo de incubação, em média, é de 14 dias, segundo o Ministério da Saúde e, muitas vezes, exige vários dias de internação em hospitais. Essa situação trouxe preocupação dos especialistas quanto à quantidade de leitos atualmente disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).   

O professor da Faculdade de Economia da UFMG Pedro Amaral afirma que o grande problema do Brasil é a distribuição de leitos, uma vez que, em 124 das 438 microrregiões de saúde do SUS a oferta é muito baixa, menos de 5,3 leitos por 10 mil habitantes, especialmente nas regiões norte e nordeste. Já em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, há mais de 16 leitos para cada 10 mil habitantes. Isso obriga, nas regiões onde não há terapia intensiva, que o paciente seja deslocado, mesmo em condições delicadas de saúde.

No depoimento gravado para a TV UFMG o professor ainda afirma que a distribuição de leitos em Minas Gerais espelha a desigualdade existente no Brasil, com menos oferta nas regiões norte e nordeste.

Entrevistado: Pedro Amaral, prof. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 

Equipe: Diogo Diniz (produção), Marcia Botelho (edição de imagens), Jessika Viveiros (edição de conteúdo)