Depois de intensa mobilização social em defesa das universidades e institutos federais, o ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, anunciou, na última sexta-feira, 7 de outubro, a liberação de recursos dos orçamentos das universidades e institutos federais. Com o desbloqueio, a UFMG recupera R$ 12 milhões (5,8%) do orçamento de 2022.

Embora represente um alívio, a liberação ora efetivada está longe de resolver o problema. “O orçamento da UFMG, previsto para 2022, já era insuficiente, sendo 7,43% inferior ao de 2020 e semelhante ao executado em 2008. Além disso, ele já havia sofrido, em maio, corte definitivo no valor de R$16 milhões”, observa a reitora Sandra Regina Goulart Almeida.

Em nota à comunidade divulgada na segunda-feira, o Conselho Universitário enfatizou que o bloqueio, caso não fosse revertido em tempo hábil, teria “impacto direto e imediato em todas as atividades de funcionamento da instituição, incluindo os programas de assistência estudantil, que garantem a permanência de milhares de estudantes que necessitam de apoio financeiro".

O bloqueio anunciado na semana passada chegava a R$ 2,4 bilhões no âmbito do Ministério da Educação. Somente as universidades e institutos federais perderiam R$ 328 milhões caso a medida não fosse revertida.

Mais cortes
Ainda que o contingenciamento nas universidades e instituições federais e na Capes tenha sido revogado, a área de ciência e tecnologia continua sendo um dos principais alvos de cortes na esfera federal. Na sexta-feira, cerca de R$ 600 milhões destinados a financiar diversos programas de pesquisa foram bloqueados. Os recursos contemplam iniciativas como os programas de Fomento a Projetos de Implantação, Recuperação e Modernização da Infraestrutura de Pesquisa das Instituições Públicas (CT-Infra) e de financiamento de pesquisas em áreas como saúde, inovação tecnológica, mineração, energia elétrica, transportes terrestres e hidroviários, recursos hídricos e biotecnologia.