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Morre o professor Túlio Jorge dos Santos, pioneiro da divulgação científica em astronomia

Corpo será sepultado nesta tarde, em Belo Horizonte

Túlio Jorge: trajetória dedicada à divulgação da física e da astronomia
Túlio Jorge: trajetória dedicada à divulgação da física e da astronomia Foto: Acervo pessoal

Morreu ontem (sábado, 1º de abril), aos 76 anos, o professor Túlio Jorge dos Santos, aposentado do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da UFMG. Ele teve um infarto pela manhã, foi internado, mas não resistiu.

O velório será neste domingo, das 12h às 15h, no Bosque da Esperança (Rua Aldemiro Torres, 1.500, bairro Jaqueline, em Belo Horizonte), onde o corpo será sepultado.

Túlio Jorge ingressou na UFMG no final dos anos 1970 e conduziu, sobretudo, disciplinas de caráter experimental. Coordenou por longo tempo o laboratório de ensino em física experimental.

Como lembra o professor Renato Las Casas, também aposentado do Departamento de Física e companheiro de trabalho por décadas, Túlio Jorge abriu mão em certo momento da ascensão na carreira acadêmica para se dedicar à divulgação científica.

“No início dos anos 80, fomos juntos fazer o doutorado no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. Foi a época da passagem do cometa Halley. Naquele momento, ele se entusiasmou pela divulgação científica, e montamos o projeto que reativou o observatório astronômico da Serra da Piedade”, conta Las Casas. “Durante mais de 20 anos, Tulio Jorge subiu a serra, uma ou duas vezes por semana, para receber turmas escolares e treinar os estudantes da UFMG que atuavam como monitores. Ele acreditava piamente que o conhecimento muda a vida das pessoas e dedicou grande parte do seu tempo à divulgação científica.”

Las Casas ressalta que o colega era adorado pelos alunos e que eles sempre conversavam sobre “as vantagens de ser professor e conviver com o pessoal mais jovem”.

Túlio Jorge e Las Casas produziram juntos os programas AstroRádio, na Rádio UFMG Educativa, e Universo fantástico, na Rádio Inconfidência – este está no ar até hoje. Também assinaram a coluna Olhar longe, no jornal Estado de Minas. Túlio mantinha coluna semanal no programa Conexões, nas manhãs de terça, e também o quadro Terças científicas, no Cabeça conteúdo (terças à tarde).

Túlio Jorge dos Santos era casado com a professora Vera Casa Nova, vinculada à Faculdade de Letras da UFMG. Ele deixa também duas filhas e um neto.