Começa nesta quarta-feira, 1º de novembro, em Belo Horizonte, a Mostra Diversidade Periférica, que celebra o aniversário de cem anos do Aglomerado da Serra, e os 120 anos da capital mineira. O evento, idealizado por moradores das comunidades, propõe discutir as favelas. Com programação diversa, a mostra conta com palestras, sala de leitura, lançamento de curtas, shows, apresentações de teatro, exposições e intervenções poéticas.

“Todo esse trabalho foi iniciado com rodas de conversa em escolas e centros culturais da cidade para debater o apagamento das narrativas envolvendo as favelas e periferias em Belo Horizonte”, afirmou Simone Moura, moradora do Aglomerado da Serra, em entrevista ao Programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa.

“Pesquisamos as origens do Aglomerado da Serra em órgãos oficiais como o Arquivo Público Mineiro e o Museu Histórico Abílio Barreto. Constatamos que não há registro dessa origem e, quando os há, são registros muito incipientes”, comentou.

Simone Moura acredita que essa ausência demonstra que não há interesse na história dos sujeitos periféricos, sobretudo negros. 

“Iniciamos esse movimento dentro da própria comunidade, onde há narrativas orais e registros fotográficos feitos pelos próprios moradores. A mostra aproveita esse contexto de aniversário e tem o objetivo de mostrar à população de BH que a história das favelas existe. Essa história precisa ser contada”, afirmou.

A Mostra Diversidade Periférica segue até domingo no Memorial Vale, que integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade. O evento conta também com uma exposição no Centro Cultural Vila Fátima (Rua São Miguel Arcanjo, 215, Vila Fátima).