Saúde

Pesquisadora comenta importância da democratização do acesso à vacina contra a covid-19

Corrida pela vacina levanta debate sobre as formas de distribuição dos imunizantes

Nove meses depois de declarada a pandemia do novo coronavírus, o mundo se articula na corrida pela vacina e se prepara para o processo de vacinação em massa contra a covid-19. O Brasil apresentou seu plano preliminar de vacinação em 01/12, após reunião técnica do Ministério da Saúde. De acordo com a pasta, pontos como grupos prioritários, expectativas de prazos, investimento na rede de frio para armazenamento das doses, processos de aquisição de agulhas e seringas para atendimento da demanda e as fases de vacinação dos grupos prioritários foram considerados na elaboração do plano. A aplicação deve ocorrer em quatro fases, entre março e dezembro de 2021.

Na primeira fase, devem ser imunizados trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência – como asilos e instituições psiquiátricas – e população indígena. Na segunda etapa, entram pessoas de 60 a 74. Na terceira fase, deve ocorrer a vacinação de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance de agravamento da doença, como portadores de doenças renais crônicas, cardiovasculares, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, hipertensão, câncer, anemia falciforme, além de pacientes transplantados e pessoas com obesidade grave. E na quarta e última fase, serão imunizados professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população carcerária. Para as quatro fases, são estimadas 109,5 milhões de doses da vacina, considerando que os esquemas vacinais dos imunizantes já garantidos pelo Ministério da Saúde – Fiocruz/AstraZeneca e por meio da aliança Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) – preveem aplicação em duas doses. Ainda não há informações sobre a vacinação do restante da população nem sobre previsão de distribuição pela rede privada.

As diferentes estratégias de distribuição dos imunizantes em todo o mundo geram debates acerca da democratização do acesso à vacina. A farmacêutica e doutoranda em Saúde Pública pela UFMG Luciana de Melo Lopes fala sobre as perspectivas de distribuição vacinal no Brasil e no mundo e sobre a importância da democratização das tecnologias de combate à doença.  

Equipe: Artur Horta (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Renata Valentim (edição de conteúdo)