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Pesquisadora da UFMG que ganhou prêmio internacional exalta papel das mulheres na ciência

Rafaela Ferreira, do ICB, destaca que ainda existem poucas mulheres na liderança de pesquisas

A história da cientista Rafaela Salgado Ferreira, da UFMG, mostra a importância de se investir cada vez mais em ciência e confirma que há muitas possibilidades para  as mulheres na carreira científica, tanto no Brasil quanto no exterior. Ela conta que só foi descobrir o mundo das ciências no ensino médio, quando foi aluna do Colégio Técnico da UFMG (Coltec). O ambiente de laboratório, com seus experimentos, microscópios e balanças de precisão, não a intimidou. Pelo contrário, ela descobriu habilidades diversas naquele espaço ao longo dos anos.  

A professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) antes percebia esse universo como muito masculino, e o cenário foi mudando. Mas, para ela, é possível ir além: “Precisamos conscientizar sobre a importância das mulheres na ciência e criar mecanismos para que elas não estejam presentes somente nos estágios iniciais da carreira ou das pesquisas”, comenta Rafaela, que é, ela mesma, prova de que as mulheres têm condições de estar à frente de grandes projetos científicos. 

Em cerimônia durante a 44ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), realizada  remotamente no último dia 23 de novembro, Rafaela Ferreira recebeu o prêmio de líder emergente por todas as suas contribuições no campo da química. Com 10 anos de carreira na UFMG, a cientista coordena o Laboratório de Modelagem Molecular e Planejamento de Fármacos, onde se desenvolvem novos medicamentos para doenças negligenciadas – aquelas para as quais há pouco ou nenhum investimento científico –, como as doenças de chagas, do sono, a Zika e, mais recentemente, a covid-19. 

A pesquisadora já recebeu outros prêmios, como o L’Oréal-Unesco-ABC para Mulheres na Ciência, em 2017, e o L’Oréal- Unesco for Women in Science International Rising Talent, em 2018. Assista à conversa de Rafaela Ferreira com a TV UFMG.

Em 2018, Angélica Vieira, também do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB, também recebeu, por seu estudo sobre flora intestinal, o prêmio L’Oréal-Unesco-ABC para Mulheres na Ciência no ano anterior. E, mais recentemente,  em 2020, Vivian Vasconcelos Costa, do Departamento de Morfologia do ICB, foi reconhecida pelo L’Oréal-Unesco-ABC para Mulheres na Ciência por pesquisas  sobre identificação e tratamento de formas graves da dengue e outras doenças virais. 

Equipe: Victor Rocha (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Naiana Andrade (edição de conteúdo)