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Política pública de cultura deve ser gerida democraticamente, afirma Bya Braga

A professora de artes cênicas da EBA participa, nesta quinta, na FaE, de seminário do projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil

Bya Braga: debate sobre relação entre cultura e cidade
Bya Braga: debate sobre relação entre cultura e cidade Foca Lisboa / UFMG

Políticas públicas na área da cultura devem ser sustentadas na construção coletiva e em processos democráticos de gestão. “Uma política de cultura não se constrói somente com eventos e edificações para atendimento econômico e com finalidade desenvolvimentista”, defende a professora Bya Braga, da Escola de Belas-Artes. Ela vai defender esse e outros pontos de vista durante o próximo debate do 11º Seminário Anual do projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil, que terá como tema o cenário cultural na cidade de Belo Horizonte e será realizado nesta quinta, 26, às 19h, no auditório Neidson Rodrigues, da Faculdade de Educação (FaE). Em 2017, o seminário propõe discussões sobre o grande tema Universidade e cidade.

Bya Braga, que é também atriz e diretora cênica, vai conversar com o antropólogo Rafael Barros (o Tcha Tcha), pesquisador do Centro de Estudos da Religião Pierre Sanches, da UFMG, sob mediação do radialista Elias Santos, apresentador e diretor da Rádio Inconfidência, ex-coordenador da Rádio UFMG Educativa.

Os debatedores vão abordar as ações públicas e institucionais no âmbito municipal e o lugar das ocupações e da produção cultural. O objetivo, segundo os organizadores, é promover reflexão sobre as conquistas e os problemas da vida cultural da cidade. O debate se insere no contexto das comemorações dos 90 anos da UFMG e dos 120 anos de Belo Horizonte.

Um direito

De acordo com Bya Braga, “cultura é conhecimento e prática vasta, interdisciplinar, transdisciplinar”. Ela afirma que o direito à cultura deve existir da mesma forma que existe o direito à cidade e a toda a infraestrutura urbana, serviços e modos de convívio que ela oferece.

Durante o debate desta quinta-feira, a pesquisadora vai sustentar que cultura não deve ser separada da ciência, “se pretende combater opressões e valorizar sustentabilidades”, e vai condenar a partidarização da cultura. "Os ataques mais recentes às produções e aos agentes das artes no país demonstram dinâmicas de poder que não têm interesse na democratização da cultura e enfatizam rotulações extremamente preconceituosas, com sinalização fascista”.

Rafael Barros informa que pretende compartilhar perspectiva antropológica que enxerga a cidade como espaço de elaboração coletiva do "estar no mundo" e uma visão da dimensão educacional do espaço urbano. "Por meio de experiências como a Praia da Estação e o carnaval de rua, podemos abordar o papel da cidade na formação ampliada das pessoas, especialmente num momento delicado como o que vivemos, em que posturas diversas ferem a perspectiva da diversidade", diz Rafael. 

Sobre os conferencistas

Bya Braga leciona e pesquisa na área de atuação (interpretação) e improvisação performativa. Exerceu atividades no Curso Técnico de Formação de Atores, do Teatro Universitário (TU), na graduação em Teatro e no Programa de Pós-graduação em Artes da EBA. Dirigiu a escola, na gestão 2013-2017, e coordena o grupo de pesquisa Lapa (Laboratório de Pesquisa em Atuação), da UFMG. É autora do livro Étienne Decroux e a artesania de ator. Caminhadas para a soberania (Editora UFMG).

Rafael Barros é antropólogo formado pela UFMG e produtor cultural. Foi assessor técnico do Ministério Público de Minas Gerais e hoje atua como assessor parlamentar das vereadoras Cida Falabella e Auréa Carolina. É congadeiro, “folião e banhista da Praia da Estação”.

Elias Santos, mestre em Comunicação Social pela UFMG, atua profissionalmente na área de rádio e televisão há 20 anos, com foco principalmente na concepção, coordenação e apresentação de programas. É professor do Curso de Comunicação Social dos Centros Universitários UNA e Newton Paiva.

A conferência terá transmissão ao vivo pelo canal do Projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil no YouTube.

Outras informações estão no site do Projeto, na página do Facebook, e podem também ser obtidas pelo e-mail pensar@ufmg.br e pelos telefones (31) 3409-5355 e 98212-5621.

Com Assessoria de Comunicação do Pensar a Educação Pensar o Brasil