Institucional

Política reforça ações de capacitação linguística desenvolvidas na UFMG

Resolução aprovada pelo Cepe prevê acesso democrático ao ensino de idiomas e difusão internacional da produção da comunidade

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Lara Marques / UFMG

O acesso democrático ao ensino de línguas e a difusão internacional das produções intelectual, científica, artística e cultural desenvolvidas na Universidade estão entre os princípios da Política de Linguística da UFMG, recém-instituída pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). De caráter permanente, a política, abordada em matéria de capa da edição 2020 do Boletim UFMG, será coordenada por comitê designado pela Reitoria e vinculado à Diretoria de Relações Internacionais (DRI).

“A UFMG está à frente neste quesito e demonstra o compromisso institucional de oferecer oportunidades igualitárias de acesso ao conhecimento”, comenta a reitora Sandra Goulart Almeida, destacando a importância da iniciativa, baseada em trajetória de quase cinco décadas de capacitação linguística de discentes, servidores docentes e técnico-administrativos realizada pela Universidade.

Segundo a coordenadora de proficiência linguística da DRI, professora Climene Arruda, para a UFMG, o letramento acadêmico perpassa a educação de qualidade em seus diversos níveis e modalidades. “Nos últimos anos, o acesso ao estudo de português para fins acadêmicos e a línguas adicionais àquelas que o estudante já domina – entre elas a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e diversas outras utilizadas em pesquisas científicas e no comércio exterior – tem sido ampliado por meio de ações promovidas pela Universidade e pela nossa participação em projetos nacionais”, diz ela, acrescentando que a instituição da Política Linguística consolida ações adotadas em diferentes iniciativas, como a oferta de cursos pelo Centro de Extensão (Cenex) da Faculdade de Letras (Fale), desde a década de 1970.

Letramento
Climene Arruda ressalta que a criação de disciplinas com propósitos específicos tem posto a UFMG em destaque no país, com a oferta regular, na modalidade on-line ou presencialmente, a alunos de graduação e de pós-graduação, de disciplinas como Inglês instrumental, Oficina de língua portuguesa: leitura e produção de textos, Inglês para fins acadêmicos, Português como língua adicional, Inglês técnico, Espanhol para turismo e Francês para turismo.

Essa oferta, afirma a professora, “tem sido propulsora do letramento acadêmico e do processo de internacionalização liderado pela DRI”. Segundo ela, as disciplinas on-line de inglês instrumental (níveis I e II), oferecidas pela Faculdade de Letras, atendem aproximadamente a três mil alunos por semestre. Com o intuito de incrementar as ações de internacionalização na UFMG, também são ofertadas, desde o primeiro período letivo de 2013, as disciplinas Inglês para Fins Acadêmicos (IFA) e Português como Língua Adicional (PLA). A primeira tem média semestral de 300 alunos, e a segunda, 80. 

A oferta da disciplina Oficina de língua portuguesa: leitura e produção de textos, que réune cerca de 650 alunos por semestre, tem o intuito de aperfeiçoar a formação acadêmico-científica de estudantes da UFMG, habilitando-os como leitores e produtores dos principais gêneros acadêmicos. No âmbito nacional, a UFMG participa do Programa Idiomas sem Fronteiras, que oferece cursos on-line, presenciais e testes de proficiência. 

Climene Arruda: criação de disciplinas específicas favorece letramento e internacionalização
Climene Arruda: criação de disciplinas específicas favorece letramento e internacionalização Júlia Duarte / UFMG

Mobilidade internacional
Além de propor e desenvolver programas e projetos direcionados ao letramento acadêmico e à formação linguística da comunidade acadêmica, são objetivos da Política proporcionar formação continuada de profissionais da educação básica, em especial aqueles que atuam na área de ensino de idiomas, e contribuir para a inserção da produção da comunidade acadêmica em veículos internacionais de relevância, inclusive por meio da tradução, para diferentes línguas, de trabalhos científicos e artísticos.

A nova política também deverá apoiar ações que favoreçam a mobilidade internacional de estudantes de graduação e de pós-graduação e de servidores docentes e técnico-administrativos da UFMG, bem como a recepção de membros da comunidade externa.

A resolução do Cepe determina, entre os princípios da Política, o acesso democrático ao ensino de línguas, o respeito à diversidade linguística, a convivência harmônica de comunidades plurilíngues e a cooperação equitativa entre instituições para o acesso ao conhecimento linguístico.

As normativas que vão indicar metas e regulamentar ações para o fortalecimento da nova política serão estabelecidas por comitê, formado por dez membros: o diretor da DRI e nove professores da Fale, sendo um representante de cada uma das seguintes áreas: alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, Libras, português como língua adicional, português e literatura brasileira.

De acordo com a professora Climene Arruda, embora o estabelecimento da Política atenda à sugestão do Programa Idiomas sem Fronteiras, do Ministério da Educação, a instituição do comitê é uma iniciativa da UFMG.  

Ana Rita Araújo / Boletim 2020