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'Por que não temos jovens interessados nas carreiras de licenciatura?'

Colunista de educação avalia programa do MEC que busca reforçar formação de docentes da educação básica

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Brasil carece de políticas de valorização da carreira docente
Marcos Santos | USP Imagens

O Ministério da Educação lançou recentemente uma política nacional de formação de professores com a meta de oferecer 80 mil vagas de residência pedagógica e abertura de vagas para segunda licenciatura pela Universidade Aberta do Brasil, entre outros pontos. De acordo com o MEC, parte dos docentes da educação básica leciona sem ter licenciatura ou precisa de atualizar seus conhecimentos.

"Essa ideia de que os professores não têm preparo existe desde o século 19. Entra governo, sai governo e são editadas medidas para a valorização do magistério e a qualificação dos professores", critica o professor da Faculdade de Educação da UFMG e colunista do Jornal UFMG, Marcus Taborda.

Para Taborda, muitos professores atuam de forma precária devido à própria precariedade do sistema educacional brasileiro. "Você não vê nessa nova proposta a preocupação com uma carreira decente e com uma remuneração digna. Por que não temos jovens interessados nas carreiras de licenciatura?", indaga o professor.

O colunista elogia a proposta de residência pedagógica para os estudantes de licenciatura. "O modelo de estágio que temos hoje nas faculdades de educação é falido e não dá conta da complexidade do que é a escola", afirma. No entanto, ele se mostra preocupado com as políticas de formação inicial e continuada que focam somente na qualificação por meio da educação a distância.

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Coluna veiculada no Jornal UFMG desta segunda-feira, 6 de novembro de 2017.