Pesquisa e Inovação

Professores da UFMG são eleitos pela ABC como membros afiliados

Jovens pesquisadores farão parte dos quadros da entidade por cinco anos

Três dos cinco jovens pesquisadores de excelência eleitos nesta semana como membros afiliados da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para a Região Minas Gerais & Centro-Oeste são da UFMG.

Angélica Thomaz Vieira, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Raquel Cardoso de Melo-Minardi, do Departamento de Ciências da Computação do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), e Daniel Majuste, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, da Escola de Engenharia, foram eleitos pelos membros titulares da entidade, juntamente com Carlos José Freire de Oliveira, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), e Thiago Fernando Lopes Valle de Britto Rangel, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Fundada em 1916, a ABC é uma entidade independente, não governamental e sem fins lucrativos, que atua como sociedade científica honorífica e contribui para o estudo de temas relevantes para a sociedade, com o intuito de dar subsídios científicos para a formulação de políticas públicas.

Trajetórias

Angélica Thomaz Vieira
Angélica Thomaz Vieira Arquivo pessoal

Angélica Thomaz Vieira desenvolve pesquisas em imunologia, buscando compreender como a interação entre as bactérias que vivem no corpo humano e a alimentação podem regular as respostas inflamatórias de diversas doenças, inclusive infecções causadas por bactérias resistentes a antibióticos.

Foi agraciada com os diversos prêmios que reconhecem o mérito dos seus trabalhos sobre o papel da interação entre dietas ricas em fibras, a microbiota e o sistema immune do indivíduo. Além dos prêmios Thereza Kipnis e Young Woman in Science,  ambos promovidos pela Sociedade Brasileira de Imunologia, recebeu o Pemberton, da Coca-Cola, e  o prêmio Para mulheres na Ciência, edição 2018, promovido pela L’oreal em parceria com a Uncesco e a ABC.

Tem doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Bioquímica e Imunologia do ICB, com período sanduíche no Garvan Institute (Austrália), e fez pós-doutoramento no Centre National de la recherche scientifique em Strasbourg (CNRS), na França. É autora de mais de 50 artigos em periódicos internacionais, três capítulos de livros e revisora de mais de oito revistas periódica internacionais. 

Seus trabalhos e sua linha de pesquisa vêm revelando pela primeira vez como as fibras presentes na dieta auxiliam na terapia contra doenças inflamatórias como, a gota, a colite e a pneumonia, através da produção de metabólitos produzidos pelas bactérias presentes na microbiota intestinal ativando as células do indivíduo por meio de receptores específicos.

Raquel Cardoso de Melo-Minardi
Raquel Cardoso de Melo-Minardi Arquivo pessoal

“Poder participar da Academia Brasileira de Ciências é um anseio que cultivo desde que me tornei pesquisadora, o que sempre me estimulou a dar o meu melhor e me esforçar ao máximo em busca de crescimento acadêmico e pessoal”, comentou a professora Raquel Cardoso de Melo-Minardi, destacando que a oportunidade será de “aprendizado e inspiração para o aprimoramento da pesquisa que meu grupo desenvolve visando relevância para o país e excelência.”

Professora do ICEx, Raquel Melo-Minardi atua no desenvolvimento de algoritmos na área de bioinformática e biologia computacional visando principalmente compreender os mecanismos de reconhecimento molecular entre proteínas e ligantes, bem como entender o impacto de mutações em proteínas para sua estabilidade e função e na engenharia de proteínas.

Doutora em Bioinformática pela UFMG, fez pós-doutorado na França, no Commissariat à l’Énergie Atomique et aux Énergies Alternatives (CEA) / Genoscope. É líder do grupo de pesquisa em bioinformática e biologia computacional, autora de mais de 30 artigos científicos em periódicos, três livros, um capítulo de livro e mais de 20 artigos completos em anais de eventos. Coordena a rede de pesquisa Bioinformática Estrutrural de Proteínas: Modelos, Algoritmos e Aplicações Biotecnológicas (BaBel), financiada pela Capes.

Daniel Majuste
Daniel Majuste Arquivo pessoal

Daniel Majuste desenvolve pesquisas em processos eletrometalúrgicos, oxidação de sulfetos metálicos e recuperação de metais a partir de resíduos industriais/urbanos. As atividades de pesquisa caracterizam-se pela forte interação com o setor industrial e colaboração com o exterior, em questões relevantes do setor mineral.

No doutorado em tecnologia mineral, concluído em 2011, na UFMG, com período sanduíche na Pennsylvania State University, investigou o mecanismo de oxidação de calcopirita (principal mineral de cobre) em condições adequadas ao tratamento dos minérios de baixo teor. A pesquisa introduziu a investigação in situ da dissolução de calcopirita e um método de quantificação de efeitos galvânicos, permitindo, assim, avanços importantes no entendimento dos mecanismos de oxidação desse mineral em baixas temperaturas

Em 2012, foi agraciado com o Prêmio UFMG de Teses e, no ano seguinte, com o prêmio Cetem de Tecnologia Mineral, pelos estudos realizados no doutorado. De 2011-2013, fez pós-doutoramento no Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG, com período na Murdoch University (Austrália), quando se tornou pesquisador da Amira International Ltd., em projetos no tema eletrorrecuperação.

Coordena projetos financiados por agências nacionais, internacional e empresas. É também pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Recursos Minerais, Água e Biodiversidade (INCT-Acqua).