Institucional

Professores abordam inovações da UFMG alinhadas com a sustentabilidade

Autossuficiência energética, ensino do empreendedorismo e reciclagem foram temas discutidos em mesa-redonda do Pacto da Ciência pela Inovação em Minas Gerais

Hermes Lima, Carlos Lopes, Alessandro Fernandes e Virgínia Ciminelli que participaram da mesa sobre inovação e sustentabilidade
Hermes Aguiar, Carlos Lopes, Alessandro Fernandes e Virgínia Ciminelli participaram da mesa sobre inovação e sustentabilidade Foto: Jebs Lima | UFMG

Foi realizada na tarde desta segunda-feira, dia 17, no auditório da Reitoria, a mesa Desenvolvimento de negócios de impacto e o compromisso da inovação com a sustentabilidade, como parte da programação do evento que lança as bases do Pacto da Ciência pela Inovação em Minas Gerais, de iniciativa da UFMG.

Em sua participação na mesa, mediada pelo presidente da Fundepar, Carlos Lopes, o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira falou sobre a comissão de sustentabilidade da Universidade, que, segundo ele, estrutura-se em três pilares: gestão energética, ambiental e hídrica. Conforme relatou, a UFMG está incorporando uma minirrede de energia focada na autossuficiência do campus Pampulha por meio da produção de energia limpa. “Esse sistema inovador engloba painéis fotovoltaicos, microturbinas e um banco de baterias, integrados em um projeto institucional de pesquisa e desenvolvimento. O objetivo é promover geração qualificada e armazenamento eficiente de energia”, detalhou.

Alessandro Fernandes:
Alessandro Fernandes: energia inteligenteFoto: Jebs Lima | UFMG

A geração energética na UFMG, via painéis fotovoltaicos instalados nos três Centros de Atividades Didáticas (CADs), alcança cerca de 500 kW/h, o equivalente a 3% do consumo total do campus. As microturbinas a gás, localizadas no Centro de Treinamento Esportivo (CTE), deverão gerar montante anual de 1.140 MWh/h, correspondendo a mais 1,5% do consumo. O banco de baterias, que será instalado no CAD 3, deverá evitar a dependência da energia da Cemig nos horários de pico, quando as tarifas são mais elevadas. “Todas essas tecnologias serão monitoradas por um sistema de monitoramento inteligente, posicionado em várias subestações do campus”, acrescentou o dirigente.

Alessandro Fernandes informou que a UFMG cumpre todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), de acordo com o Times Higher Education Impact, ranking global que avalia universidades com base em seu impacto social.

Empreendedorismo na graduação
O professor Hermes Aguiar, que participa, desde sua inauguração, em 2017, da Formação Transversal (FT) em Empreendedorismo e Inovação, oferecida a graduandos da UFMG, falou sobre o ensino do empreendedorismo na Universidade: “O empreendedor aqui é entendido não apenas na acepção convencional, como empresário, mas também como a pessoa que desenvolveu habilidades de comunicação, negociação, gestão de conflitos e de exposição ao risco, e que, com esses atributos, torna-se protagonista dos diversos movimentos de formulação das novas estruturas produtivas e sociais”, introduziu.

Hermes Aguiar:
Hermes Aguiar: 'saber o que se quer'Foto: Jebs Lima | UFMG

Segundo Hermes Aguiar, o primeiro passo para empreender consiste em “saber o que se quer”. “Trata-se da conexão que estabelecemos com nós mesmos. É como andar de bicicleta: depois que se aprende, se anda sozinho”, metaforizou. O docente da Escola de Engenharia também explicou que o sentido da comunicação dos líderes tem que partir de um centro, focado no “porquê” do seu produto; passar, num segundo momento, pelo “como”; em seguida, descrever “o que” está sendo vendido. “As pessoas fazem fila para comprar à medida que se identificam com os mesmos porquês”, definiu.

Virgínia Ciminelli:
Virgínia Ciminelli: cadeia sustentávelFoto: Jebs Lima | UFMG

Elab, Colab e Transforma
A professora Virgínia Ciminelli, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, apresentou alguns dos trabalhos focados em sustentabilidade conduzidos pela Escola de Engenharia. Segundo Ciminelli, o Elab é uma plataforma de soluções sustentáveis para reciclagem de metais e materiais de resíduos eletroeletrônicos. O Colab, por sua vez, promove a mineração circular como agente transformador dos territórios compartilhados, por meio do estímulo ao desenvolvimento de novos negócios de base tecnológica. 

Por fim, o Transforma atua em todas as etapas da cadeia de produção de materiais tecnológicos de alto valor, que vão desde a lavra (extração de matérias-primas), passando pelo processamento de materiais como ligas especiais (metais misturados para serem mais resistentes), lítio (usado em baterias) e terras raras (elementos encontrados em baixas concentrações, que exigem processos complexos de extração e purificação), até o reaproveitamento de metais depois que os produtos são descartados.

A TV UFMG conversou com alguns dos representantes dos parceiros envolvidos na articulação. Assista ao vídeo:

Matheus Espíndola