Extensão

Projeto da UFMG ajuda mulheres a garantir renda por meio do comércio

Dicas de empreendedorismo, gestão financeira e marketing estão entre as principais orientações

Em um momento em que o país vive uma das maiores crises econômicas da história, o papel das mulheres para garantir a renda no ambiente familiar nunca foi tão importante. Dona Walmira Santos, 60 anos, estava desempregada quando foi abordada pela equipe da TV UFMG na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Ela segurava um cartaz com os seguintes dizeres: SOS preciso de trabalho

Walmira tem mais de 20 anos de experiência como designer de interiores e se viu em desespero, durante a pandemia, por não conseguir levar dinheiro para a família para o custeio de despesas de alimentação e pagamento de contas de luz, água, e telefone. “Estou pedindo qualquer ajuda, uma vaquinha ou o que a pessoa puder”, disse. 

Graças ao apelo, Walmira acabou conseguindo trabalho, mas outras mulheres que também são a principal fonte de renda da família continuam buscando apoio em projetos sociais que contribuem para o empoderamento feminino com orientações sobre economia solidária, gestão de negócios e marketing de produtos fabricados em casa. 

Uma dessas iniciativas no âmbito da UFMG é o projeto Colmeia, coordenado pela professora Sibelle Diniz, da Faculdade de Ciências Econômicas: "O Colmeia se organiza hoje como um programa de extensão da UFMG que envolve ações de estudo, pesquisa e extensão junto aos produtores da economia popular e solidária. Dentro desse programa, a gente desenvolve vários projetos, alguns de longa duração, outros de curta, todos relacionados à produção, comercialização e ao consumo na economia popular e solidária”, afirma. 

Mais informações sobre o Colmeia estão disponíveis no instagram @colmeiaufmg.

União que transforma
Muitas mulheres de Belo Horizonte e da Região Metropolitana tiveram seus trabalhos aprimorados com ajuda do Colmeia e de outras iniciativas como a loja colaborativa Amor de mãe. Márcia Machado, coordenadora da loja, explica que o espaço recebe o nome de um grupo de rede social, “porque o amor é a essência do nosso projeto. Entendemos que, dentro de um espaço colaborativo, vender o nosso produto é tão importante quanto vender o produto da colega". 

A loja funciona em dois shoppings de Belo Horizonte. O espaço abriga os produtos de mulheres como a artesã Natália Gomes, que vende bonequinhas feitas à mão. “Ali não é só uma loja, a gente se tornou uma família, e, como são todas mulheres reunidas, a grande maioria com filhos na mesma idade, com os mesmos problemas que passa, a gente se apoia uma na outra. Se você cresce como empresa, como empresária, você cresce como uma mulher, isso, sim, não tem retorno. Hoje, eu já me vejo reconhecida pelo que eu faço, a loja trouxe isso pra gente", testemunha Natália.

Equipe: Miryam Cruz (produção e reportagem), Marcia Botelho (edição de imagens) e Naiana Andrade (edição de conteúdo)